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sábado, 5 de setembro de 2015

Cultivo da Mostarda




            A mostarda é uma hortaliça que pertence à família das Brassicaceae, mais conhecida como tempero, a pasta amarela utilizada no cachorro quente, no hamburger, nas batatinhas fritas e diversos outros pratos, sendo essa pasta é fabricada com as sementes de algumas variedades dessa planta.
            Se fizer uma pesquisa perguntando quem consumiu a mostarda como verdura, o resultado deve ser muito baixo. Rica em vitaminas, proteínas, cálcio e ferro, além da quantidade em fibras. Nós passamos a consumir como verdura, depois de cultivar em casa, aliás aqui no Nordeste do Brasil, desconhecemos de sua comercialização em feiras ou supermercados.

Figura 1 – Mostarda.
Numa jardineira de 30 litros, com 43 dias após o plantio das sementes.


            É possível que essa verdura não seja popular, por três motivos: Apresentar pilosidade na parte posterior da folha, semelhante a pequenos espinhos – pode depender da variedade -, ardência e suas folhas logo tendem a murchar, na fase da comercialização. As folhas da mostarda apresentam uma certa semelhança com as folhas da couve chinesa hakussai, mas não formam o “repolho”, o que conserva as folhas da hakussai por mais tempo, nas feiras e supermercados.
            Recordamos que no interior do Estado de São Paulo, no meio dos cafezais, era comum encontrar a mostarda, talvez silvestre, mas ninguém aproveitava para consumo, devido sua ardência.
            Pois a mostarda pode ser facilmente cultivada em vaso ou jardineira. A planta fica enorme quando cultivada em jardineiras com volumes em torno de 30 litros. É uma opção interessante para quem aprecia uma boa salada, combinando bem com os pratos de carne assada, grelhada ou cozida.


Figura 2 – Plantas raleadas.
Podem ser consumidas.
Depois de 22 dias do plantio das sementes, plantas maiores com 12 cm de altura.

             A mostarda pode ser consumida crua, cozida ou refogada como se faz com a couve manteiga. Devido sua ardência, está quase temperada, a depender da preferência do consumidor, basta acrescentar um vinagre, um limão ou azeite de oliva.
Existe a mostarda crespa e a lisa, mas para o cultivo caseiro, sem o uso de defensivos agrícolas, é recomendável cultivar a mostarda lisa, pois é mais fácil localizar e remover os insetos que atacam essa verdura.

Vamos ao cultivo:
1.    Plantio:
O plantio das sementes pode ser feito em uma jardineira de 5 até 12 litros de capacidade, aproximadamente, visando consumo doméstico, porque esses volumes facilitam o manejo das plantas e também a movimentação do vasilhame. Recomendável para quem deseja consumir essa planta na fase de desenvolvimento.
A distribuição das sementes pode ser aleatória, mas o plantio em linha facilita o trato cultural. Recomenda-se plantar, nas jardineiras, distribuindo as sementes em apenas uma fileira central, distanciando as sementes de 2 cm entre si.

Figura 03 – Jardineira de 7,5 litros.
Mudas após 12 dias do plantio das sementes, sendo que com 4 dias foi iniciada a germinação.
Nessa fase, quando as mudas se apresentam apenas com as cotilédones, com auxílio de uma tesoura, algumas mudas que se apresentam entrelaçadas, principalmente as mais frágeis e tortuosas, podem ser eliminadas. Mas não se recomenda consumi-las, se as sementes foram tratadas com defensivos agrícolas.

2.    Raleamento das mudas e colheita:
Quando as plantas apresentarem folhas a partir de 10 a 15 cm, as plantas poderão raleadas, de modo alternado na fileira, e consumidas.
As mudas poderão colhidas para consumo, com auxílio de uma tesoura, cortando a planta na base. Para o replantio, desde que a terra esteja umedecida, a muda pode ser puxada com cuidado.

Figura 4 – Mudas.
Plantas com 22 dias após a semeadura.
Prontas para o raleamento, podendo ser consumidas ou replantadas.
Na Figura 2, essas mudas raleadas, no lado esquerdo as mudas cortadas com tesoura e no lado direito as mudas retiradas com raízes.

Não iremos detalhar sobre o replantio da mostarda para outros vasilhames, visando colheita de plantas mais robustas, mas podem ser aplicados os mesmos procedimentos adotados para o cultivo da chigensai, almeirão e outras verduras da série que estaremos apresentando neste blog.

Figura 5 – Replantio das mudas em copos.
Mesmas mudas das Figura 2 e 4, sendo que para o replantio é preferível selecionar mudas com até 10 cm de altura.


No replantio efetuado com distanciamentos maiores, a planta pode atingir mais de 40 cm de altura. Distanciamento em torno de 10 a 20 cm entre as plantas, utilizando uma jardineira maior, por exemplo de 30 litros.O replantio efetuado com distanciamento maiores, a planta pode atingir mais de 40 cm de altura.

Figura 6 – Colheita.
Depois de 44 dias do replantio em uma jardineira de 30 litros, das mudas apresentadas na Figura 5.
Folhas maiores com 40 cm de comprimento.


Exemplo de plantas que permaneceram uma jardineira de 7,5 litros, depois dos raleamentos.

Figura 7 – Jardineira pequena.
Plantas com 82 dias depois do plantio das sementes, com 18 cm de altura.
Plantas não desenvolvem tanto como a planta da figura anterior, devido ao tamanho do vasilhame e a concorrência entre as plantas até chegar a esse ponto.

3.    Preparo do vasilhame de plantio e terra:
O vaso ou a jardineira deverá ter seus furos cobertos com pedaço de tela de nylon ou sombrite, a seguir com 3 cm de areia de granulometria média ou grossa socada, finalmente completado com terra até atingir 2/3 a ¾ de sua altura.
A terra pode ser adquirida pronta nas lojas de jardinagem ou horticultura. Se for aproveitar alguma terra de cultura anterior, adicionar em torno de 30% em volume de adubo orgânico curtido, mais 1 colher de sopa de NPK e 1/2 colher de calcário moído, para cada 10 litros de terra, mas é interessante seguir a recomendação dos fabricantes para esses dois últimos produtos.
Quem for utilizar a terra de barranco – terra com argila e areia, sem nenhum trato -, misturar com adubo orgânico curtido na proporção 50% cada, mais as proporções de NPK e calcário, citadas anteriormente.


4.    Cobertura morta e adubação complementar:
            A cobertura morta, com folhas picadas de citronela, folhas de bambu, vermiculita e etc, como é feita para outras verduras, pode ser dispensada, porque a planta logo desenvolve folhas enormes, o que inibe o desenvolvimento de ervas invasoras e algas.
            Por se tratar de um cultivo de ciclo curto, a adubação complementar com terra e adubo orgânico curtido (50% cada) pode ser efetuada apenas no caso em que se visa obter plantas bem desenvolvidas. Se observar que a planta está se desenvolvimento pouco, então com auxílio de uma espátula, coloque a mistura, por exemplo, 300 ml em cada um dos lados da fileira de plantas, para uma jardineira de 5 litros. Se a jardineira já estiver raleada, com plantas maiores, coloque essa mistura em torno de cada planta.
Em caso de aplicar NPK esse produto não deve ser aplicado muito próximo muito próximo ao tronco das plantas, por exemplo distribuindo em cada lado da fileira de plantas de uma jardineira de 5 litros, ½ colher de sopa de NPK, mas para esse produto deve ser consultado a recomendação do fabricante.


5.    Pragas:
No cultivo em vaso ou jardineira, eventualmente aparecem lagartas, que manualmente podem ser eliminadas.
O que verificamos é o ataque de pulgões, principalmente nas estações de chuva, que podem comprometer o desenvolvimento dessa verdura. A presença de formigas nos vasilhames e nas plantas é um bom indicador da presença dessa praga.
Os pulgões que atacam a mostarda inicialmente se instalam nas folhas mais antigas, próximas do solo, na parte do talo onde inicia o desenvolvimento das folhas.


Figura 8 – Planta infestada de pulgões.

Para quem não vai usar nenhum defensivo agrícola, o que pode ser feito em uma produção caseira, semanalmente as plantas deverão ser observadas e, com auxílio de um pincel de ponta achatada (1 cm de largura), os pulgões poderão ser removidos.
Para retirar os pulgões, vire lateralmente o vaso ou a jardineira, podendo ser molhado antecipadamente o chão com uma mistura de água sanitária e água, daí pincele os pulgões para cair em cima dessa mistura. Simples toque nas folhas muitos pulgões caem dentro do vaso ou jardineira, é inevitável, se puder passe uma espátula ou o próprio pincel para retirá-los, senão fica para outra semana.
Para plantas mais desenvolvidas, utilize um saco plástico de 2 a 3 litros, dentro um guardanapo ou pedaço de papel toalha embebido com água sanitária, abrindo esse saco embaixo de cada folha, pincele os sugadores para cair dentro do saco. Terminada a operação, feche a boca do saco e deixe no sol.
Um pedaço de tela de nylon ou sombrite, como cobertura, ajuda a minimizar o ataque de pragas.


6.    Dicas:
Não se recomenda plantar outra verdura consorciada – na mesma jardineira -, com a mostarda, pois ela vai emitir folhas grandes que irão impedir o recebimento de raios solares pela planta consorciada.



Exemplos de plantas cultivadas em jardineira maior:

Figura 9 – Jardineira de 30 litros.
Depois de 22 dias do plantio das sementes.
Antes do raleamento, das Figuras 2 e 4.

Exemplo de colheita e raleamento em jardineira de 30 litros:

Figura 10 – Antes da colheita.
Após 48 dias do plantio das sementes

Figura 11 – Depois da Colheita
Recomendável fazer uma adubação complementar nas plantas remanescentes.

Figura 12 – Colheita.
Colheita das plantas da Figura 10. Plantas com 30 cm de altura.
As plantas colhidas estão menos desenvolvidas que a replantada, apresentada na Figura 6.

Exemplo de muda de copo replantada para um vaso pequeno:

Figura 13 – Planta em vaso de 2 litros.
Depois de 25 dias do replantio no vaso, folhas maiores com 28 cm de comprimento. Muda da Figura 5.




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