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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Cultivo da Batata-doce (Ipomea batatas)


A batata-doce, pertence a família das Convolvulacea, é planta originária do continente americano. Rica em fibras, vitaminas A, C e E, potássio e ferro, consumimos suas raízes tuberosas cozidas, assadas ou fritas. Além de servir de alimento, também pode ser utilizado para fabricação do etanol, opção de biocombustível para minorar a nossa dependência em relação aos combustíveis fósseis.
As variedades mais consumidas apresentam cascas de cor branca, vermelha ou roxa e, no seu interior, a polpa pode ter coloração variando de branca, alaranjada ou roxa. As flores das batatas-doces são muito parecidas com as flores das plantas decorativas conhecidas como ipomea, que fazem parte da mesma família botânica.
Estamos publicando essa postagem da batata-doce juntamente com as verduras, porque suas folhas podem ser consumidas refogadas, como salada.

Figura 1 – Ramos da batata-doce.

Resultado do plantio de uma raiz tuberosa, 3ª colheita, depois de 108 dias após o plantio.

Em alguns países da Ásia, as ponteiras dos ramos novos e as folhas da batata aquática, parente da batata-doce, são consumidas em pratos cozidos ou refogados. Na internet, para nossa surpresa, são apresentadas diversas receitas com as folhas da batata-doce, inclusive sobre as suas propriedades que trazem benefícios à nossa saúde.
            Quando morávamos no interior, quase todos os anos, no início da época de chuva, a gente plantava os ramos da batata-doce em leiras. Passados alguns meses, algumas leiras eram escavadas para ver se as raízes tuberosas já poderiam ser consumidas. Nas festas juninas, se assava as batatas nas cinzas das fogueiras.
Como não é muito comum encontrar as folhas da batata-doce à venda no comercio, pois elas murcham com muita facilidade, principalmente se não estiverem em companhia dos ramos, então apresentamos nesta postagem método para obter as folhagens dessa hortaliça.

Vamos ao cultivo da batata-doce:
1.    Início da Cultura:
Para obtenção de folhas e ramos novos, em vasos ou jardineiras, para consumo, é recomendável plantar uma batata-doce comprada nas feiras ou supermercados. É que a batata semente vai prover de nutrientes os ramos e folhas.
A cultura iniciada com uma batata comprado na feira ou supermercado, deve ter aparência sadia e comprimento menor que a altura do vasilhame destinado para o cultivo. Mas nada impede que se plante a batata deitada ou seja na posição horizontal.

Figura 2 – Exemplo de batata utilizada para semente.

13 cm de comprimento x 5 cm de diâmetro.


2.    Plantio da Semente:
Para o consumo das folhas ou obtenção de novas mudas, podem ser utilizados vasilhames pequenos, por exemplo aquele pote utilizado na venda de sorvete ou vasos de plantas com 5 a 7,5 litros de volume.

Figura 3 – Plantio da raiz.

Vasilhame de 16 cm x 10 cm, altura de 10 cm.
A batata foi plantada deitada porque o vasilhame não tinha altura suficiente para deixar a semente na posição vertical.

Figura 4 – Brotação.

Depois de 15 dias do plantio da semente.
Na Figura 1, tem uma das colheitas desse plantio.

Para o plantio em vaso, coloque uma tela de nylon sobre os furos e cubra com 3 cm de areia de granulometria média ou grossa socada, depois complete com terra de modo atingir 2/3 a ¾ da altura do vaso. Não se deve encher muito o vaso com terra, para possibilitar adubação complementar.
Pode ser utilizada terra reciclada de cultura anterior ou terra comprada em casas de floricultura ou horticultura.


3.    Tratos culturais:
Planta que produz bem em solo arenoso, não é muito exigente na adubação e água, quando cultivada no chão.
No cultivo comercial a batata-doce é suscetível a várias pragas. Na cultura doméstica, visando apenas o consumo das folhas, se observar que elas apresentam coloração desbotada ou com manchas, pode ser efeito da falta de algum nutriente, fungos ou virose.
Figura 5 – Folhas com infestação de pragas.

Planta cultivada em vaso, com a batata semente reaproveitada de cultura anterior, utilizando a mesma terra, com nova adubação.

Substituir as plantas que apresentarem folhas como na ilustração anterior, plantando novas batatas sementes e não reutilizar a terra que teve a cultura da batata, isto é, reciclar essa terra em outras culturas.
Os ramos em que as folhas serão consumidas, poderão ficar apoiados em uma tela, estacas ou em outras plantas, evitando respingos de sujeiras ocasionados pelas regas de água ou chuvas.
Após cada colheita espalhar 100 a 200 ml de adubação orgânica na superfície do vasilhame de plantio, para cada 5 litros de volume da cultura.


4.    Colheita das folhas (ramos):
Quando os ramos atingirem em torno de 50 cm de comprimento, podem ser cortados e consumidas suas folhas, podendo utilizar esses ramos para fazer novas mudas, mesmo sem as folhas.
Para colheita de novos ramos na planta, deixe pelo menos 2 nós na base de cada ramo retirado da planta, assim permitindo a brotação de novos ramos.


Figura 6 – Desenvolvimento das plantas.

Passados 42 dias do plantio das sementes.
No lado esquerdo vaso de 5 litros e no lado direito vasilhame de 1,76 litro, da Figura 4.

Figura 7 – Colheita.




Figura 8 – Vasos depois da colheita.


Cada batata semente pode emitir diversos ramos.


5.    Preparo de Novas Mudas com Ramos:
A propagação da batata-doce por ser feita através dos seus ramos, procedimento utilizado no cultivo comercial.  
Para o preparo das mudas, principalmente dirigido ao plantio da batata no chão, em pequenos quintais, e em vasilhames, sugerimos obter mudas em copos. Essas mudas em copos podem durar vários meses, assim possibilitando o replantio defasado das mudas e colheitas melhor distribuídas no tempo.
Corte os ramos com 2 ou 3 nós e deixe num copo com água durante 48 horas. Prepare copos de 200 ml, com furos no fundo, adicionando 2 cm de areia socada e depois completando com ¾ da altura do copo com terra reciclada (peneirada de cultura anterior). São plantados 1 ou 2 pedaços de ramos em cada copo, regue com água e deixe em local sombreado. Não deixe a terra ressecar e quando aparecer as primeiras folhas, o copo pode ser levado para um local mais ensolarado.

Figura 9 – Pedaços de Ramos.

Depois de retiradas as folhas para consumo, os ramos são cortados com 2 ou 3 nós.

Figura 10 – Mudas de Ramos.

Depois de 10 dias do plantio em copo.
Nessa fase as mudas ainda desenvolveram poucas raízes, então seria recomendável aguardar mais 20 dias para o replantio em local definitivo.

Figura 11 – Raízes.

Depois de 35 dias do plantio dos ramos, as raízes estão com bom desenvolvimento.
Plantio dos ramos da Figura 8.


6.    Replantio das Novas Mudas de Ramos:
O cultivo no chão é feito em leiras, que são canteiros estreitos em linhas de terra amontoada, com largura em torno de 40 cm.
Então para pequenas hortas, como as comunitárias ou escolares, a vantagem da muda em copo é que não precisa aguardar o início da estação das chuvas, para começar o plantio dos ramos. Se a leira estiver muito ressecada, as mudas devem receber, periodicamente, rega com água até o início do período de chuvas, mesmo com as mudas obtidas em copos.

Figura 12 – Enraizamento de ramo.

Raízes que desenvolveram de ramos e podem formar novas raízes tuberosas, quando a planta é cultivada no chão.


7.    Dicas:
Para cultivar a batata-doce, com objetivo de consumir as folhas, em vasilhames pequenos, com 5 a 10 litros de volume, melhor iniciar o cultivo plantando a batata, pois ela vai prover nutrientes aos ramos e folhas, produzindo maior quantidade de folhas, desde o início da cultura, do que plantando as mudas originárias de ramos.
Se o cultivo tem como objetivo de colher os tubérculos para consumo, evitar a colheita das folhas, senão a colheita de tubérculos será menos abundante.
Se plantar a batata-doce em vaso, para colheita das raízes tuberosas, utilize vasos com capacidade de 12 litros, quadrangular (28 cm de largura na boca e 28 cm de altura). Plante 5 mudas distribuídas no vaso e a colheita após 8 meses do replantio. A cada 2 meses, pode ser feita uma adubação orgânica ou com NPK, pois ao contrário do cultivo no chão, as raízes dos ramos aéreos não têm como absorver nutrientes.
Se for plantar a batata-doce na posição vertical, o topo da raiz tuberosa, de preferência, deve ficar voltado para cima, como ocorre na natureza. Muitas vezes é difícil identificar onde é o topo e a base do da batata, como a batata-doce da Figura 2, mas se observar com cuidado é possível notar a presença de algumas gemas, onde inicia as brotações dos ramos, como na ilustração abaixo.
Figura 13 – Topo da batata.

Apresenta 3 gemas ou olhos, onde brotarão os ramos.

O plantio também pode ser iniciado com um pedaço do topo da raiz tuberosa.
Figura 14 – Pedaços da batata.

Cortados 1 semana antes do plantio.
Diâmetro da base com 3 cm e altura de 2,5 cm.
A identificação do topo foi possível devido as gemas, pois muitas vezes as batatas mais longas são cortadas nas extremidades durante a embalagem para venda, ficando difícil identificar onde é topo ou a base.

Figura 15 – Brotações.

15 dias depois do plantio dos pedaços da batata.
A planta da direita que estava com as gemais mais desenvolvidas, com ramos de 13 cm.
As sementes da esquerda e central ainda não emitiram ramos.

As folhas e a parte da ponteira macia dos ramos podem ser consumidas refogadas, como se faz com as folhas da couve manteiga, cortadas finas, com 0,5 de largura. Esquente a frigideira com azeite de oliva, podendo adicionar alguns pedaços de “bacon” e em seguida as folhas picadas.
As ponteiras macias dos ramos podem ser adicionadas nas sopas ou utilizados nos “tempura”, tradicional prato japonês, que são os empanados de verduras e legumes.

Tem um site muito interessante sobre a batata-doce, pesquise http://www.matosdecomer.com.br.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Cultivo da Taioba (Xanthosoma sagittifolium)


            A taioba, planta da família das Araceae, é classificada como hortaliça não convencional, no Brasil, acreditamos porque seu consumo está mais limitado em alguns estados da região Sudeste do Brasil, principalmente no Estado de Minas Gerais, geralmente cultivada em hortas caseiras. Eventualmente, encontramos essa planta em áreas de brejo, local de horta abandonada, onde se desenvolvem ao léu, chegando a atingir em torno de 1,5 a 2,0 m de altura.

Figura 1 – Cultivo em vaso pequeno.
Vaso com 7,5 litros de capacidade.

            Podemos consumir suas folhas, apenas cozidas ou refogadas – devido a presença de oxalato de cálcio – e seus cormos (gemas das plantas) como se consome as gemas do taro (Colocasia esculenta (L.) Schott), da mesma família, conhecido como Inhame, no Sul e Sudeste do Brasil. Em casa nunca consumimos os cormos da taioba, possivelmente devem apresentar sabor parecido do taro ou do mangarito.
            Atenção. Não se deve consumir as folhas da taioba-brava (Colocasia antiquorum Schott), que tem elevado teor de oxalato de cálcio, planta muito parecida com a taioba comestível. Existem muitas matérias na internet, ainda bem, comentando sobre as diferenças dessas duas plantas, que podem ser identificadas, por exemplo, que a comestível tem talo (pecíolo) verde e a venenosa tem talo de cor escura.
            Fonte de diversas vitaminas, minerais e proteínas, que não pudemos resistir a curiosidade em plantar e consumir suas folhas, como salada, obviamente refogadas, adquiridas em um site na internet garantindo que a taioba não era brava. É difícil encontrar a venda de folhas nas feiras e supermercados, porque elas murcham com muita facilidade.
            A taioba, como o taro e o açafrão da terra, uma vez iniciado o cultivo em sua horta, desde que recebidos os devidos cuidados, são plantas que duram por muito tempo.

Vamos ao início do cultivo:
1.    Plantio:
Se inicia com um cormo da taioba comestível adquirido, pela internet, pois dificilmente se encontra cormos de taioba em feiras e supermercados, pois o consumo dessa raiz não é popular.

Figura 2 – Semente (Cormo).
O lado direito é a parte superior do cormo, onde a planta teve suas folhas cortadas.

Figura 3 – Plantio da semente.
Vaso de 18 litros, onde é deixada a parte superior do cormo, acima da superfície.


2.    Vasilhames e solo:
A taioba prefere solo arenoso e úmido. Pode ser cultivado em vasilhames a partir de 5 litros, utilizando terra reciclada de outras culturas. Importante que esse vasilhame tenha uma boa drenagem.
Coloque uma tela de nylon no fundo do vasilhame e depois complete com 3 cm de areia média ou grossa socada, depois a terra da cultura, preenchendo 2/3 da altura do vaso, de modo que possibilite, futuramente, colocar no vaso a adubação complementar.


3.    Replantio (Multiplicação):
Caso deseje obter novas mudas, no início da cultura, evite colher as folhas, para que a planta emita logo os novos cormos.
Os cormos podem ser retirados, com auxílio de uma faca, e depois deixe o cormo num local sombreado até secamento (cicatrização) do local do corte, isso evita que fungos e insetos penetrem mais facilmente na área exposta, se realizar o plantio em seguida ao corte da semente.


4.    Tratos culturais:
Planta não muito exigente em adubação, mas quando nos vasilhames seria interessante prover uma adubação adicional por cobertura, em cada 30 dias, com 1 colher de sopa de NPK ou 200 ml de terra misturada com adubação orgânica (50%), a cada 5 litros de vasilhame, principalmente depois da colheita de ramos, para o consumo das folhas.
Raramente ocorre ataque de pragas nessa planta.
Com o passar do tempo, a planta emite novos cormos, então devido à concorrência, as folhas vão diminuindo de tamanho.

Figura 4 – Novas plantas.
Vaso de 7,5 litros.
Com o passar do tempo, a planta emite diversos cormos.
Com o plantio de 1 cormo, Figura 1, depois de 4 anos.

5.    Colheita:
Podem ser cortadas todas folhas abertas, porque a planta se recupera com facilidade.

Figura 5 – Vaso depois da colheita.
Mesmo vaso da Figura 4.

Figura 6 – Colheita.
Colheita efetuada nas plantas da Figura 4.

Observamos que, para o nosso caso de uma família com 4 componentes, a taioba cultivada em vaso de 7,5 litros, as folhas podem ser colhidas a cada 30 dias.

6.    Dicas:
Planta de fácil cultivo, principalmente sua multiplicação. Se desejar obter folhas maiores, plante em vasilhames com capacidade de 15 a 20 litros, priorizando vasos com bocal que apresente áreas maiores, com relação a mesma capacidade de volume.

Figura 7 – Cultivo em vaso maior.
Plantas cultivadas em vaso de 18 litros. Desenvolvimento do cormo da Figura 3, depois de 2 anos, com diversas plantas originadas da planta mãe.
Folhas bem maiores que as plantas no vaso da Figura 4, com capacidade de 7,5 litros.



A taioba é uma das plantas que se desenvolve bem em substratos feitos com pó de coco, mas será matéria de postagem futura.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Cultivo da Erva Doce de Cabeça (Foeniculum vulgare var. Dulce)


Foeniculum faz parte da família das Apiaceae.  O salsão, o coentro, a cenoura, a salsa, etc, são plantas dessa família. Geralmente ricas em vitaminas, compostos considerados medicinais e fibras.
A erva doce ou endro, que não forma cabeça, era comum encontrar essa planta nos quintais do Estado de São Paulo. Arbusto cultivado no chão atingia mais de 1,50 m de altura, suas sementes secas eram utilizadas para fazer chá e como tempero.

Figura 1 – Erva Doce ou Endro.
Cultivada em vaso de 5 litros.
Apresentou floração depois de 5 meses do replantio.
Suas flores amarelas são semelhantes a erva doce de cabeça.

            Quanto a erva doce de cabeça, passamos a conhecer essa planta depois de iniciar nossa horta em vasos e jardineiras. Considerada hortaliça, seu consumo deve ser mais popular na Europa, pois consta que sua origem é da região do mediterrâneo.

Figura 2 – Erva doce de cabeça.
A distribuição das folhas não é comum, em forma de leque, semelhante a uma bananeira ornamental.
118 dias do replantio na jardineira (Planta da direita na Figura 8).

Aqui no Nordeste do Brasil, a erva doce de cabeça, apareceu mais recentemente, principalmente nos supermercados, naqueles voltados para o público de maior poder aquisitivo.
Por curiosidade, iniciamos o cultivo dessa planta em vasilhames. Em ambiente restrito, que resulta em produções de cabeças menores que as vendidas no comércio.
A erva doce de cabeça pode ser consumida em forma de salada, cozidos, refogados, gratinados ou combinados com outros pratos. Na internet podemos encontrar receitas para diversos tipos de preparos.

Vamos ao cultivo da erva doce de cabeça:
1.    Plantio:
Iniciamos o plantio em um vaso de muda, com 600 ml de volume. Coloque um pedaço de tela de nylon, depois 1 a 2 cm de areia socada, cobre-se o vaso com terra até atingir 2/3 da altura, depois de socada, espalha-se em torno de 20 sementes, sendo cobertas com a 1 a 2 cm de terra.
Molhe bem com água e deixe em local sombreado. A partir do início da germinação das sementes, o vasilhame deve ser colocado em local com boa insolação.


Figura 3 – Mudas.
Depois de 19 dias do plantio das sementes.
Plantas com 7 cm de altura.

Foi feito um replantio, de cada muda, para copos, pois no replantio direto para vasos ou jardineiras, existe grande chance de perder as mudas.

Figura 4 – Detalhe da haste.
A haste ficou muito longa.
Copos com 4 furos no fundo e um rasgo lateral no fundo de 1 a 2 cm, que podem ser feitos com uma pinça aquecida.
1 a 2 cm de areia de granulometria grossa ou média e depois cobrir com terra, atingindo 2/3 da altura do copo e socar.

Figura 5 – Replantio em copo.
Observar que a planta foi enterrada até o início das folhas.
Abra um sulco na terra para acomodar a muda, depois cubra e soque. Feita a rega com água, inicialmente deixe em local com pouca insolação.
Passados 7 dias, leve a planta para local com sol pleno.

Se iniciar o plantio diretamente em copos de plástico de 180 ou 200 ml, 4 a 5 sementes em cada copo. Após 30 dias da germinação das sementes, pode ser feito o replantio para um vasilhame em definitivo. Constatado que as mudas vingaram no vasilhame definitivo, pode ser feito o desbaste do excesso de mudas, deixando apenas a muda mais sadia.


2.    Replantio Definitivo:
Depois de 2 semanas do replantio em copo, as mudas podem ser replantadas em local definitivo.
Figura 6 – Desenvolvimento das plantas.
Volume da jardineira de 7,5 litros.
24 dias depois do replantio na jardineira.
2 copinhos de 100 ml cortados no fundo, para manter as folhas mais eretas.
Cobertura morta com folhas de bambu.

Figura 7 - Desenvolvimento da cabeça.
47 dias depois do replantio na jardineira.
Plantas com 34 cm de altura.


3.    Colheita:
A colheita deve ser feita quando o tamanho da cabeça se estabiliza, isto é, a partir do momento quando as folhas inferiores começam a secar.
Com auxílio de uma faca ou canivete, corte a base da cabeça, pois a planta volta a rebrotar emitindo novas plantas, que futuramente poderão ser consumidas.

Figura 8 – Ponto de colheita.
Planta maior com 50 cm de altura.
111 dias depois do replantio na jardineira.

Figura 9 – Colheita da planta menor.

Figura 10 – Brotações.
Depois de 13 dias da colheita, 2 brotações no caule que ocorreu a colheita.

Figura 11 – Brotações desenvolvidas.
Após da colheita das 2 plantas, 1 brotação na planta da esquerda e 2 brotações na planta da direita.
Após 6 meses e 20 dias do replantio na jardineira.
Plantas maiores com 50 cm de altura.


4.    Floração:
Se não ocorrer a colheita da cabeça a planta pode apresentar floração.

Figura 12 – Floração.
Após feitas colheitas de 4 cabeças, passados 5 meses, iniciou a floração da planta maior.
Observar que o caule, sem folhas, vai se alongando.

Figura 13 – Ramo de flor.
Pode ser utilizada para decorar diversos pratos.


5.    Vasilhames e terra para cultivo:
Como apresentamos nesta postagem, uma jardineira de 7,5 litros é suficiente para o cultivo de 2 ou 3 plantas e das brotações originadas dessas plantas. Num vaso com 5 litros de volume, seria recomendável cultivar apenas uma planta.
Para drenagem e aeração dos vasos e jardineiras, colocar um pedaço tela de nylon no fundo, adicionar 2 a 3 cm de areia socada, de granulometria média ou grossa. Sobre a areia acrescente terra, de modo que seu nível final fique em torno de 2/3 a ¾ da altura do vasilhame, para propiciar adubação complementar, por cobertura.
A terra não deve ser muito pesada, muito argilosa, então utilizar terra arenosa com 30% em volume com adubação orgânica.


6.    Tratos culturais:
Após as colheitas ou quando verificar que a planta não está desenvolvendo bem, providenciar uma adubação complementar, tipo 200 ml de adubação orgânica, por cobertura, em cada volume de 5 litros, se for adubação mineral, basta uma colher de sopa de NPK.
Planta exige rega de água regular, senão na falta as folhas começam a arriar.
Verificamos que se trata de uma planta resistente a pragas, mas tem uma lagarta especializada em atacar as folhas dessa planta. Se notar que as folhas apresentam falhas é só retirar manualmente essa praga.

Figura 14 – Casulo da lagarta.
Geralmente se observa a infestação, depois de verificar os diversos casulos brancos na planta, pois as lagartas são verdes e pequenas, ficando bem camufladas nas folhas.


7.    Dicas:
A erva doce de cabeça pode ser cultivada até como planta ornamental.

As sementes de uma única planta são férteis, produzindo novas mudas, conforme constatamos na nossa horta.

Para replicar essa erva doce, através das mudas de brotações, utilize as brotações que estão em contato com o solo, isto é, aqueles que apresentam enraizamento.

Figura 15 – Brotações com enraizamento.
Foram retiradas com auxílio de uma faca, do tronco que estava abaixo da superfície.
As brotações foram lavadas com um jato fraco de água e depois em copos com água, durante 2 dias, aguardando a cicatrização do corte, e depois plantadas em copos com terra.

Figura 16 – Brotações sem enraizamento.
Coletadas na parte aérea do tronco.
Colocadas em espuma fenólica, para enraizamento, mas definharam.

Trata-se de uma cultura considerada perene, pois a planta sempre emite novos rebentos, principalmente depois da colheita das cabeças ou após as florações, assim prolongando o seu ciclo de vida.

Figura 17 – Novas brotações.
Depois de 1 ano e 5 meses do replantio na jardineira.
A planta da maior no lado esquerdo, com sementes secas; Planta maior no lado direito em plena floração.


A partir desse tempo de cultivo, com auxílio de um ancinho, revolva a terra antiga – com cuidado para não danificar as raízes -, retire em torno de 50 % de terra antiga da altura da jardineira, e substitua por uma terra nova adubada, para continuidade da cultura.