Multilang

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Cultivo da Taioba (Xanthosoma sagittifolium)


            A taioba, planta da família das Araceae, é classificada como hortaliça não convencional, no Brasil, acreditamos porque seu consumo está mais limitado em alguns estados da região Sudeste do Brasil, principalmente no Estado de Minas Gerais, geralmente cultivada em hortas caseiras. Eventualmente, encontramos essa planta em áreas de brejo, local de horta abandonada, onde se desenvolvem ao léu, chegando a atingir em torno de 1,5 a 2,0 m de altura.

Figura 1 – Cultivo em vaso pequeno.
Vaso com 7,5 litros de capacidade.

            Podemos consumir suas folhas, apenas cozidas ou refogadas – devido a presença de oxalato de cálcio – e seus cormos (gemas das plantas) como se consome as gemas do taro (Colocasia esculenta (L.) Schott), da mesma família, conhecido como Inhame, no Sul e Sudeste do Brasil. Em casa nunca consumimos os cormos da taioba, possivelmente devem apresentar sabor parecido do taro ou do mangarito.
            Atenção. Não se deve consumir as folhas da taioba-brava (Colocasia antiquorum Schott), que tem elevado teor de oxalato de cálcio, planta muito parecida com a taioba comestível. Existem muitas matérias na internet, ainda bem, comentando sobre as diferenças dessas duas plantas, que podem ser identificadas, por exemplo, que a comestível tem talo (pecíolo) verde e a venenosa tem talo de cor escura.
            Fonte de diversas vitaminas, minerais e proteínas, que não pudemos resistir a curiosidade em plantar e consumir suas folhas, como salada, obviamente refogadas, adquiridas em um site na internet garantindo que a taioba não era brava. É difícil encontrar a venda de folhas nas feiras e supermercados, porque elas murcham com muita facilidade.
            A taioba, como o taro e o açafrão da terra, uma vez iniciado o cultivo em sua horta, desde que recebidos os devidos cuidados, são plantas que duram por muito tempo.

Vamos ao início do cultivo:
1.    Plantio:
Se inicia com um cormo da taioba comestível adquirido, pela internet, pois dificilmente se encontra cormos de taioba em feiras e supermercados, pois o consumo dessa raiz não é popular.

Figura 2 – Semente (Cormo).
O lado direito é a parte superior do cormo, onde a planta teve suas folhas cortadas.

Figura 3 – Plantio da semente.
Vaso de 18 litros, onde é deixada a parte superior do cormo, acima da superfície.


2.    Vasilhames e solo:
A taioba prefere solo arenoso e úmido. Pode ser cultivado em vasilhames a partir de 5 litros, utilizando terra reciclada de outras culturas. Importante que esse vasilhame tenha uma boa drenagem.
Coloque uma tela de nylon no fundo do vasilhame e depois complete com 3 cm de areia média ou grossa socada, depois a terra da cultura, preenchendo 2/3 da altura do vaso, de modo que possibilite, futuramente, colocar no vaso a adubação complementar.


3.    Replantio (Multiplicação):
Caso deseje obter novas mudas, no início da cultura, evite colher as folhas, para que a planta emita logo os novos cormos.
Os cormos podem ser retirados, com auxílio de uma faca, e depois deixe o cormo num local sombreado até secamento (cicatrização) do local do corte, isso evita que fungos e insetos penetrem mais facilmente na área exposta, se realizar o plantio em seguida ao corte da semente.


4.    Tratos culturais:
Planta não muito exigente em adubação, mas quando nos vasilhames seria interessante prover uma adubação adicional por cobertura, em cada 30 dias, com 1 colher de sopa de NPK ou 200 ml de terra misturada com adubação orgânica (50%), a cada 5 litros de vasilhame, principalmente depois da colheita de ramos, para o consumo das folhas.
Raramente ocorre ataque de pragas nessa planta.
Com o passar do tempo, a planta emite novos cormos, então devido à concorrência, as folhas vão diminuindo de tamanho.

Figura 4 – Novas plantas.
Vaso de 7,5 litros.
Com o passar do tempo, a planta emite diversos cormos.
Com o plantio de 1 cormo, Figura 1, depois de 4 anos.

5.    Colheita:
Podem ser cortadas todas folhas abertas, porque a planta se recupera com facilidade.

Figura 5 – Vaso depois da colheita.
Mesmo vaso da Figura 4.

Figura 6 – Colheita.
Colheita efetuada nas plantas da Figura 4.

Observamos que, para o nosso caso de uma família com 4 componentes, a taioba cultivada em vaso de 7,5 litros, as folhas podem ser colhidas a cada 30 dias.

6.    Dicas:
Planta de fácil cultivo, principalmente sua multiplicação. Se desejar obter folhas maiores, plante em vasilhames com capacidade de 15 a 20 litros, priorizando vasos com bocal que apresente áreas maiores, com relação a mesma capacidade de volume.

Figura 7 – Cultivo em vaso maior.
Plantas cultivadas em vaso de 18 litros. Desenvolvimento do cormo da Figura 3, depois de 2 anos, com diversas plantas originadas da planta mãe.
Folhas bem maiores que as plantas no vaso da Figura 4, com capacidade de 7,5 litros.



A taioba é uma das plantas que se desenvolve bem em substratos feitos com pó de coco, mas será matéria de postagem futura.