O manjericão, basilicão ou
manjericão italiano, com nome científico Ocimum basilicum, planta originária da
Ásia, é um condimento muito apreciado, depois dos temperos básicos, provavelmente
seja uma das ervas condimentares mais consumida no Brasil, principalmente no
Sul e Sudeste do país, justamente pela influência italiana na nossa culinária.
Existem diversas variedades de
manjericão, diferenciadas pelas cores das folhas e flores, tamanho das folhas,
odor, ardência, etc. A planta é considerada medicinal.
Plantio:
Talvez seja a erva condimentar mais
fácil de cultivar, iniciado pelo plantio de sementes ou através de obtenção de
mudas de plantas em cultivo.
1.
Plantio iniciado através de mudas
compradas:
O cultivo do manjericão se recomenda
iniciar pelas mudas já prontas disponíveis em casas especializadas,
supermercados e até mesmo em quiosques que vendem plantas, pois abrevia o tempo
para iniciar a colheita.
Figura 5 – Muda comprada. |
As
mudas vendidas prontas são oferecidas em sacos plásticos ou vasos pequenos, com
capacidade em torno de 0,5 litro, volume um pouco maior que o de uma latinha de
cerveja. As plantas já se encontram com 10 a 15 cm de altura. Essa muda deve
ser replantada em vasos a partir de 2 litros, sendo a de 5 litros ideal para
quem deseja colheita apenas para o consumo caseiro. Vasos maiores, com capacidade
de 20 litros, pode ser útil para atender um pequeno restaurante.
Figura 6 – Replantio em vaso de 2,5 litros. |
Retire a muda junto com o torrão de
terra do saco plástico, com cuidado. Se tiver dificuldade de sair, melhor
cortar o saco plástico.
Prepare um vaso, com pedaço de tela de nylon ou sombrite no
fundo, areia de granulometria média com 2 a 3 cm de altura e soque levemente,
completando com terra, de maneira que em seguida ao colocar a muda com o
torrão, o topo do torrão fique numa altura entre 2/3 a 3/4 da altura do vaso.
Complete o vaso com terra até nivelar
com o topo do torrão de terra da muda e soque levemente. Foi colocada uma
cobertura morta, nessa caso foi de casca de pinus.
Podem ser colhidos alguns ramos para
consumo.
Para colheita, cortar o ramo na base,
deixando no máximo 3 nós com folhas, para ocorrer as novas brotações.
2.
Plantio iniciada através de sementes:
Plante as sementes num vaso de
mudas:
Prepare um vaso de mudas, colocando tela de nylon no fundo
para cobrir os furos; a seguir cubra a tela com 2 cm de areia para facilitar a
drenagem; depois complete o vaso até atingir 3/4 da altura com terra e soque
levemente.
Figura 9 - Vaso com as sementes de manjericão. |
Espalhe algumas sementes e depois
adicione mais 0,5 cm de terra e soque levemente.
Leve para um local sombreado, mas com
iluminação natural. Regue com frequência para não deixar a terra ressecar.
Figura 10 – Mudas após 21 dias de plantio da semente da variedade Minette Anão. |
Figura 11 – Replantio das mudas em copos de 200 ml. |
Pode ser copo de plástico com 3 a 4
furos no fundo e um rasgo lateral no fundo de 1 cm, adicionar 1 a 2 cm de areia
para facilitar a drenagem da água e aeração. Complete com terra até atingir no
máximo ¾ da altura do copo.
Com o auxílio de uma faca pequena,
retire as mudas com parte das raízes e replante nos copos.
Essas mudas devem ser colocadas em
local sombreado, mas com luminosidade. Quando começarem a emitir novas folhas,
as mudas deverão ser levadas para local que receba sol.
Depois de aproximadamente 30 dias
após o replantio, quando a muda tiver em torno de 10 cm ou mais, elas poderão
ser replantadas em vaso definitivo.
Figura 12 – Planta depois de 82 dias de plantio das sementes. |
Muda plantada em vaso de 2,5 litros.
O mesmo processo pode ser iniciado com plantio das sementes diretamente em copos, nesse caso, plante 3
a 5 sementes em cada copo, mas depois do replantio, selecione a muda mais sadia
no vaso definitivo, cortando as demais.
Multiplicação
do alecrim através de estacas ou mudas de brotação:
É muito prático multiplicar através
das estacas ou ramos novos, pois se enraízam com muita facilidade, se deixados
em um copo com água, antes de plantar.
Figura 13 – Pedaço de tronco do manjericão. |
Pelo menos retirar as folhas que saem
dos 2 ou 3 nós inferiores.
Os ramos novos têm suas ponteiras
(lado esquerdo da foto).
Coloque os ramos novos e as estacas
em copos plásticos com água. Fure o copo na altura em que os ramos ou estacas tiveram
suas folhas eliminadas, isso evita que as folhas fiquem afogadas, em caso de
chuva ou em caso de reposição da água do copo.
Passados em torno de 7 dias
mergulhadas em água, os ramos novos e as estacas, começam a emitir raízes.
Plante as estacas e os ramos enraizados
em copos plásticos furados, para drenagem, e terra.
No plantio para o copo, faça um sulco
com uma faca pequena para que as raízes não sejam danificadas. Regue e coloque
o copo em lugar sombreado inicialmente. Assim que verificar a emissão de novas
folhas, as mudas são levadas para local mais ensolarado.
Mudas
de ramos plantadas em copos depois do enraizamento:
Depois de um mês do plantio em copo,
a planta pode ser replantado em vaso definitivo.
3.
Terra para o vaso e a rega:
Utilize terra comprada pronta em
casa especializada de horticultura ou jardinagem. Em caso de reaproveitamento
de terra utilizada em cultura anterior, acrescente adubação orgânica,
misturando a cada 5 litros de terra, ½ litro de adubo orgânico curtido, 1
colher de chá de NPK e ½ colher de chá de calcário, mas para esses 2 últimos
produtos melhor seguir as recomendações dos fabricantes. Ideal que a terra não
seja muito pesada ou seja muito argilosa, acrescentar pouco de areia de
granulometria média ou grossa, podendo ser uma parte de areia mais três de
argila.
Com a adubação orgânica, a terra
perde menos umidade no início do replantio. Com o crescimento da planta e o
consumo da matéria orgânica, a rega deve ser mais frequente. Evitar apenas que
a terra não fique ressecada.
4.
Colheita, poda, insetos e adubação
complementar:
O manjericão tem facilidade de
emitir muitos ramos a partir do tronco principal, então uma boa condução da
planta depende da poda inicial. Assim que a planta atingir o comprimento de 30
cm, no vaso definitivo, dê uma poda deixando apenas 3 a 4 nós no caule.
Figura 18 – Manjericão em vaso de 5 litros. |
Feita a poda e acrescentado 50 ml de
estrume curtido.
A colheita é feita quando os ramos tiverem
pelo menos 10 cm de comprimento. O ramo colhido pode ser retirado a partir da
base onde brotou ou deixando um pedaço de ramo, por exemplo no mínimo com 3 nós,
nesse último caso, novas brotações serão emitidas a partir do pedaço de ramo
deixado.
Mais frequente é o ataque de lagarta
nas folhas, que poderão ser retiradas manualmente ou cortar e eliminar os ramos
infestados, juntamente com as lagartas, mas o dano é geralmente pouco.
A cada 2 ou 3 meses coloque por
cobertura, de preferencia mais para a borda do vaso, 1 colher de sopa de NPK
mais ½ colher de calcário, mas para esses 2 últimos produtos melhor seguir as
recomendações dos fabricantes, ou 150 ml de esterco curtido, para vasos de 5
litros.
5.
Dicas:
Os tratos culturais para maioria das
variedades de manjericão são os mesmos: Basilicão, vermelho, chumbo, anão,
gigante, etc.
Se o objetivo do cultivo é colher as
folhas para tempero, não deixar que a planta produza sementes ou seja fazer a
colheita quando iniciar a floração dos ramos. A partir da produção de sementes
a planta pode produzir ramos menos vigorosos.
Figura 20 – Manjericão Basilicon com floração. |
A mudas plantadas em copos, além de
ocupar pouco espaço, podem durar muito tempo. Para economizar espaço, esses
copos podem ser acomodados dentro dos vasos de culturas maiores, enquanto
aguardam replantio. Único cuidado é trocar as posições dos copos evitando que
as raízes, dessas mudas de copo, se desenvolvam no vaso que as abriga.
No cultivo do manjericão, pode ser
colocada uma cobertura morta, de preferencia pedriscos, casca de pinus ou perlita,
pois as ervas aromáticas geralmente têm raízes superficiais frágeis. Tempo em
tempo revolva a cobertura morta, com cuidado para não danificar as raízes, essa
operação é necessária para prover uma boa aeração no vaso e evitar
desenvolvimento de ervas daninhas.
Ainda com relação ao ciclo de vida,
temos observado que a variedade basilicão dura muito tempo em vaso. Se a planta
não responde a novas adubações é hora de trocar de vaso, devido planta requerer
mais espaço e uma terra com material orgânico, melhor drenagem e aeração do
vaso.
Figura 21 – Manjericão da variedade Basilicon. |
Exemplo de manjericão em vaso de 15
litros, trocados de vasos por diversas vezes. O tronco da planta chegou a se
partir, devido o peso da copa.
Na troca de vasos, parte da terra da
borda e do fundo do vaso, juntamente com as raízes, devem ser eliminadas, com
auxílio de uma faca, e no vaso novo, tanto no fundo como lateralmente,
adicionada terra nova. Nessa operação, a terra do vaso com a planta, não deve
estar muito umedecida.
Figura 22 – Manjericão Lemoncio. |
Como curiosidade apresentamos o
Lemoncio, interessante que as folhas dessa planta apresentam odor do capim
santo ou capim cidreira.
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