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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cultivo do Manjericão


            O manjericão, basilicão ou manjericão italiano, com nome científico Ocimum basilicum, planta originária da Ásia, é um condimento muito apreciado, depois dos temperos básicos, provavelmente seja uma das ervas condimentares mais consumida no Brasil, principalmente no Sul e Sudeste do país, justamente pela influência italiana na nossa culinária.
            Existem diversas variedades de manjericão, diferenciadas pelas cores das folhas e flores, tamanho das folhas, odor, ardência, etc. A planta é considerada medicinal.

Figura 1 - Flores do Manjericão.

Figura 2 - Manjericão Vermelho.

Figura 3 - Manjericão basilicão.

Figura 4 – Manjericão Anão.


Plantio:
            Talvez seja a erva condimentar mais fácil de cultivar, iniciado pelo plantio de sementes ou através de obtenção de mudas de plantas em cultivo.

1.     Plantio iniciado através de mudas compradas:
            O cultivo do manjericão se recomenda iniciar pelas mudas já prontas disponíveis em casas especializadas, supermercados e até mesmo em quiosques que vendem plantas, pois abrevia o tempo para iniciar a colheita.

Figura 5 – Muda comprada.
            As mudas vendidas prontas são oferecidas em sacos plásticos ou vasos pequenos, com capacidade em torno de 0,5 litro, volume um pouco maior que o de uma latinha de cerveja. As plantas já se encontram com 10 a 15 cm de altura. Essa muda deve ser replantada em vasos a partir de 2 litros, sendo a de 5 litros ideal para quem deseja colheita apenas para o consumo caseiro. Vasos maiores, com capacidade de 20 litros, pode ser útil para atender um pequeno restaurante.


Figura 6 – Replantio em vaso de 2,5 litros.
Retire a muda junto com o torrão de terra do saco plástico, com cuidado. Se tiver dificuldade de sair, melhor cortar o saco plástico.
Prepare um vaso, com pedaço de tela de nylon ou sombrite no fundo, areia de granulometria média com 2 a 3 cm de altura e soque levemente, completando com terra, de maneira que em seguida ao colocar a muda com o torrão, o topo do torrão fique numa altura entre 2/3 a 3/4 da altura do vaso.

Figura 7 – Planta depois do replantio.
Complete o vaso com terra até nivelar com o topo do torrão de terra da muda e soque levemente. Foi colocada uma cobertura morta, nessa caso foi de casca de pinus.

Figura 8 - Planta depois de 21 dias do replantio.
Podem ser colhidos alguns ramos para consumo.
Para colheita, cortar o ramo na base, deixando no máximo 3 nós com folhas, para ocorrer as novas brotações.

2.     Plantio iniciada através de sementes:
            Plante as sementes num vaso de mudas:

Prepare um vaso de mudas, colocando tela de nylon no fundo para cobrir os furos; a seguir cubra a tela com 2 cm de areia para facilitar a drenagem; depois complete o vaso até atingir 3/4 da altura com terra e soque levemente.


Figura 9 - Vaso com as sementes de manjericão.
Espalhe algumas sementes e depois adicione mais 0,5 cm de terra e soque levemente.
Leve para um local sombreado, mas com iluminação natural. Regue com frequência para não deixar a terra ressecar.

Figura 10 – Mudas após 21 dias de plantio da semente da variedade Minette Anão.

Figura 11 – Replantio das mudas em copos de 200 ml.
Pode ser copo de plástico com 3 a 4 furos no fundo e um rasgo lateral no fundo de 1 cm, adicionar 1 a 2 cm de areia para facilitar a drenagem da água e aeração. Complete com terra até atingir no máximo ¾ da altura do copo.
Com o auxílio de uma faca pequena, retire as mudas com parte das raízes e replante nos copos.
Essas mudas devem ser colocadas em local sombreado, mas com luminosidade. Quando começarem a emitir novas folhas, as mudas deverão ser levadas para local que receba sol.
Depois de aproximadamente 30 dias após o replantio, quando a muda tiver em torno de 10 cm ou mais, elas poderão ser replantadas em vaso definitivo.


Figura 12 – Planta depois de 82 dias de plantio das sementes.
Muda plantada em vaso de 2,5 litros.
O mesmo processo pode ser iniciado com plantio das sementes diretamente em copos, nesse caso, plante 3 a 5 sementes em cada copo, mas depois do replantio, selecione a muda mais sadia no vaso definitivo, cortando as demais.


Multiplicação do alecrim através de estacas ou mudas de brotação:
            É muito prático multiplicar através das estacas ou ramos novos, pois se enraízam com muita facilidade, se deixados em um copo com água, antes de plantar.

Figura 13 – Pedaço de tronco do manjericão.

Figura 14 – Ramos novos e partes do tronco (estacas) da figura anterior.
Pelo menos retirar as folhas que saem dos 2 ou 3 nós inferiores.
Os ramos novos têm suas ponteiras (lado esquerdo da foto).
Coloque os ramos novos e as estacas em copos plásticos com água. Fure o copo na altura em que os ramos ou estacas tiveram suas folhas eliminadas, isso evita que as folhas fiquem afogadas, em caso de chuva ou em caso de reposição da água do copo.

Figura 15 – Enraizamento das mudas dos ramos novos.

Figura 16 – Enraizamento das estacas.
Passados em torno de 7 dias mergulhadas em água, os ramos novos e as estacas, começam a emitir raízes.
Plante as estacas e os ramos enraizados em copos plásticos furados, para drenagem, e terra.
No plantio para o copo, faça um sulco com uma faca pequena para que as raízes não sejam danificadas. Regue e coloque o copo em lugar sombreado inicialmente. Assim que verificar a emissão de novas folhas, as mudas são levadas para local mais ensolarado.

            Mudas de ramos plantadas em copos depois do enraizamento:
Variedade Basilicão.


Figura 17 – Mudas depois de 15 dias de plantio em copo.
Depois de um mês do plantio em copo, a planta pode ser replantado em vaso definitivo.

3.     Terra para o vaso e a rega:
            Utilize terra comprada pronta em casa especializada de horticultura ou jardinagem. Em caso de reaproveitamento de terra utilizada em cultura anterior, acrescente adubação orgânica, misturando a cada 5 litros de terra, ½ litro de adubo orgânico curtido, 1 colher de chá de NPK e ½ colher de chá de calcário, mas para esses 2 últimos produtos melhor seguir as recomendações dos fabricantes. Ideal que a terra não seja muito pesada ou seja muito argilosa, acrescentar pouco de areia de granulometria média ou grossa, podendo ser uma parte de areia mais três de argila.
            Com a adubação orgânica, a terra perde menos umidade no início do replantio. Com o crescimento da planta e o consumo da matéria orgânica, a rega deve ser mais frequente. Evitar apenas que a terra não fique ressecada.

4.     Colheita, poda, insetos e adubação complementar:
            O manjericão tem facilidade de emitir muitos ramos a partir do tronco principal, então uma boa condução da planta depende da poda inicial. Assim que a planta atingir o comprimento de 30 cm, no vaso definitivo, dê uma poda deixando apenas 3 a 4 nós no caule.

Figura 18 – Manjericão em vaso de 5 litros.
Feita a poda e acrescentado 50 ml de estrume curtido.

Figura 19 – Planta da foto anterior, depois de 16 dias.

            A colheita é feita quando os ramos tiverem pelo menos 10 cm de comprimento. O ramo colhido pode ser retirado a partir da base onde brotou ou deixando um pedaço de ramo, por exemplo no mínimo com 3 nós, nesse último caso, novas brotações serão emitidas a partir do pedaço de ramo deixado.
            Mais frequente é o ataque de lagarta nas folhas, que poderão ser retiradas manualmente ou cortar e eliminar os ramos infestados, juntamente com as lagartas, mas o dano é geralmente pouco.
            A cada 2 ou 3 meses coloque por cobertura, de preferencia mais para a borda do vaso, 1 colher de sopa de NPK mais ½ colher de calcário, mas para esses 2 últimos produtos melhor seguir as recomendações dos fabricantes, ou 150 ml de esterco curtido, para vasos de 5 litros.

5.     Dicas:
            Os tratos culturais para maioria das variedades de manjericão são os mesmos: Basilicão, vermelho, chumbo, anão, gigante, etc.
            Se o objetivo do cultivo é colher as folhas para tempero, não deixar que a planta produza sementes ou seja fazer a colheita quando iniciar a floração dos ramos. A partir da produção de sementes a planta pode produzir ramos menos vigorosos.


Figura 20 – Manjericão Basilicon com floração.
            A mudas plantadas em copos, além de ocupar pouco espaço, podem durar muito tempo. Para economizar espaço, esses copos podem ser acomodados dentro dos vasos de culturas maiores, enquanto aguardam replantio. Único cuidado é trocar as posições dos copos evitando que as raízes, dessas mudas de copo, se desenvolvam no vaso que as abriga.
            No cultivo do manjericão, pode ser colocada uma cobertura morta, de preferencia pedriscos, casca de pinus ou perlita, pois as ervas aromáticas geralmente têm raízes superficiais frágeis. Tempo em tempo revolva a cobertura morta, com cuidado para não danificar as raízes, essa operação é necessária para prover uma boa aeração no vaso e evitar desenvolvimento de ervas daninhas.
            Ainda com relação ao ciclo de vida, temos observado que a variedade basilicão dura muito tempo em vaso. Se a planta não responde a novas adubações é hora de trocar de vaso, devido planta requerer mais espaço e uma terra com material orgânico, melhor drenagem e aeração do vaso.


Figura 21 – Manjericão da variedade Basilicon.
Exemplo de manjericão em vaso de 15 litros, trocados de vasos por diversas vezes. O tronco da planta chegou a se partir, devido o peso da copa.
            Na troca de vasos, parte da terra da borda e do fundo do vaso, juntamente com as raízes, devem ser eliminadas, com auxílio de uma faca, e no vaso novo, tanto no fundo como lateralmente, adicionada terra nova. Nessa operação, a terra do vaso com a planta, não deve estar muito umedecida.


Figura 22 – Manjericão Lemoncio.
Como curiosidade apresentamos o Lemoncio, interessante que as folhas dessa planta apresentam odor do capim santo ou capim cidreira.


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