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segunda-feira, 10 de abril de 2017

Cultiivo da Mostarda Japonesa - I

Takana Kekiu

Já postamos uma matéria sobre a mostarda lisa, cujas sementes são encontradas facilmente aqui no Brasil, como foi dito naquela matéria era uma hortaliça que a gente encontrava entre os cafezais e não consumia, devido sua ardência e pilosidade.
            Na época em que montávamos a postagem da mostarda lisa, verificamos na internet, que no Japão existem outras diversas variedades de mostarda lá cultivadas, onde são chamadas de Takana, sobre as quais ficamos interessados e passamos a cultivar algumas dessas variedades. São algumas variedades com características interessantes: Takana de Cabeça Kekiu; Kobu; Ohba Red Giant; Takenoko e Yanagawa Ao
No cultivo caseiro, essa hortaliça pode ser perfeitamente plantada em vasos ou jardineiras, com a vantagem de colher apenas no dia do consumo. Depois de 30 dias do plantio das sementes, a colheita já pode ser iniciada, quando as plantas atingem em torno de 20 cm de altura. Mesmo no cultivo caseiro em jardineiras maiores, as folhas das mostardas ainda podem chegar a 40 cm de comprimento.
A mostarda é uma verdura interessante, porque sua salada combina bem com as carnes, frangos e peixes fritos ou grelhados, ainda melhor servidos nos churrascos. Pode ser utilizada em sopas, pratos refogados ou nos cozidos da culinária oriental.

Vamos iniciar o cultivo:
A mostarda Kekiu, a primeira que cultivamos, numa jardineira com capacidade de 7,5 litros (43 cm x 15 cm de boca superior e 15 cm de altura):

1.    Plantio:
Plantio das sementes iniciada em um copo plástico de 200 ml. 
Figura 1 – Plantio das sementes.
Copo de 200 ml com furos no fundo e um rasgo lateral, no fundo de 1 cm; 2 cm de areia socada no fundo, sendo o copo completado com terra até atingir 2/3 a ¾ da altura do copo e socado levemente.
Depois de distribuída as sementes, cubra com 1 cm de terra levemente socada.
Regue bem com água e deixe copo em local protegido.

Figura 2 – Germinação das sementes.
4 dias após o plantio das sementes.
Quando iniciar o desenvolvimento das folhas, o copo deve ser colocado em local com boa insolação.

Figura 3 – Desenvolvimento das mudas.
19 dias depois do plantio das sementes.
Mudas com 4 folhas definitivas e 5 cm de altura.
Mudas já poderiam ter sido replantadas em local definitivo ou distribuídos em outros copos.


2.    Replantio em copos:
Poderia ter sido feito com 19 dias do plantio das sementes, mas devido viagem que efetuamos, o replantio foi feito com retardo de 52 dias, o que mostra ser uma planta de fácil manejo.
Figura 4 – Detalhe das mudas.
71 dias depois do plantio das sementes.
Mudas com 9 cm de altura.

Figura 5 – Replantio em copos.
Os copos são preparados como no plantio das sementes.
Como houve a demora no replantio, pode se verificar que o tronco ficou com trecho alongado, sem folhas, então nesse replantio essa parte sem folhas pode ficar enterrada na terra.
Logo após o replantio, os copos deverão ficar em local mais sombreado. Passado uma semana do replantio, levar os copos para local ensolarado.


3.    Replantio em local definitivo:
A etapa do item 2 poderia ser dispensada, plantando a muda diretamente do copo para o local definitivo.
Figura 6 – Replantio definitivo.
Mesmas mudas da figura anterior, depois de 10 dias, sendo replantadas 3 mudas para uma jardineira de 7,5 litros.

Figura 7 - Desenvolvimento das mostardas.
Das 3 mudas replantadas restaram 2, pois a muda central foi sufocada pelas plantas das extremidades.
62 dias depois do replantio. Ocorreu um atraso no desenvolvimento das plantas, atualmente sem pulgões, mas com 12 dias após o replantio, as 3 plantas estavam infestadas de pulgões, sendo retiradas manualmente.


4.    Colheita:
A variedade Kekiu é conhecida por formar cabeça, mas cultivada em clima quente, diretamente ao sol, como é o nosso caso, possivelmente não deve formar cabeça.

Figura 8 – Antes da colheita.
70 dias do replantio.

Figura 9 – Depois da colheita.

Figura 10 – Colheita.
Folhas maiores com 26 cm x 15 cm (comprimento x largura).
As folhas mais velhas, podem ser aproveitados apenas os talos.


5.    Terra e vasilhames:
O vaso ou a jardineira deverão ter seus furos cobertos com pedaço de tela de nylon ou sombrite, a seguir com 3 cm de areia de granulometria média ou grossa socada, finalmente completado com terra até atingir 2/3 a ¾ de sua altura.
A terra pode ser adquirida pronta nas lojas de jardinagem ou horticultura. Se for aproveitar alguma terra de cultura anterior, adicionar em torno de 30% em volume de adubo orgânico curtido, mais 1 colher de sopa de NPK e 1/2 colher de calcário moído, para cada 10 litros de terra, mas é interessante seguir a recomendação dos fabricantes para esses dois últimos produtos.
Quem for utilizar a terra de barranco – terra com argila e areia, sem nenhum trato -, misturar com adubo orgânico curtido na proporção 50% cada, mais as proporções de NPK e calcário, citadas anteriormente.
Trata-se de uma planta que exige espaço. Pode ser cultivado até em vaso de 2 litros de capacidade, mas a planta não se desenvolve muito. Numa jardineira de 7,5 litros, apenas 2 plantas poderão ser cultivadas, conforme apresentação das figuras anteriores.


6.    Adubação complementar:
A cada 10 ou 15 dias, depois do replantio ou depois da colheita das folhas, efetuar uma adubação de cobertura, com 200 ml da mistura terra (50%) + adubo orgânico curtido (50%), em torno das plantas.


7.    Pragas:
Os pulgões adoram as mostardas, atacam as folhas desde a fase inicial do seu desenvolvimento.
Os pulgões se instalam principalmente na face inferior das folhas desde a fase de muda até adulta. Deitando lateralmente os vasos e jardineiras – nesse caso até volumes de 12 litros -, retire os pulgões com auxílio de um pincel, semanalmente. Se a infestação for severa, a operação deve ser repetida a cada 3 dias. Depois de formada as colônias, se não retiradas, a planta tende a definhar.
Figura 11 – Início do ataque de pulgões.

A lagarta que ataca o tronco da planta, fazendo um buraco, na parte que a planta está emitindo folhas novas, faz com que a planta pare de se desenvolver. Essa praga aparece na planta a partir dela atingir em torno de 10 a 15 cm de altura, então a partir de 5 cm de altura aplique o bacillus thuringiensis na ponteira das mudas, diluída em água, com auxílio de um borrifador, ou colocando um pouco do pó diretamente na ponteira das mudas. Se a rega da planta atingir a ponteira da planta, essa aplicação será perdida, portanto semanalmente a aplicação do bacillus pode ser repetida.

Figura 12 – Aplicação de bacillus thuringiensis.
Foi dada uma pitada do bacillus para atingir as folhas que estão nascendo.

Figura 13 – Muda atacada pela lagarta.
Folhas da planta com 12 cm.
Pode ser verificado os excrementos da lagarta na ponteira da muda.
A planta está comprometida, pois a lagarta fez um canal no tronco, onde será seu refúgio.
Melhor arrancar a planta, aproveitando a folha para consumo, e descartar o tronco, senão essa lagarta se transforma numa mariposa e o ciclo de infestação, na horta, prossegue.

Se colocar uma tela de nylon, em torno da jardineira ou vaso, diminui a chance da infestação de lagartas.


8.    Dicas:
O plantio da Kekiu pode ser feito diretamente numa jardineira de 7,5 litros, nesse caso, visando o consumo das plantas novas, como baby leaf, pois como foi visto anteriormente, esse vasilhame só comporta 2 plantas, para um desenvolvimento melhor.

Figura 14 – Cultivo em jardineira de 7,5 litros. 
Depois de 46 dias do plantio das sementes, diretamente na jardineira.
Folhas maiores com 12 cm.

O consumo das mostardas, na fase baby leaf, Figura 14, pode ser como salada, adicionada na sopa ou nos pratos tradicionais da culinária oriental. Quando a planta está mais desenvolvida, como na Figura 10, melhor utilizar em pratos como yakisoba, sukiyaki e outros preparos cozidos.
Experimente fazer um asazuke, um tipo de conserva que tem que ser consumida no máximo até uma semana, tem muitas receitas na internet, com mostarda mais desenvolvida. Aqui em casa, as folhas juntamente com os talos são colocadas empilhados numa bacia, com uma pitada de sal entre as folhas, para ocorrer a desidratação, durante uma hora; Lave as folhas para retirar o excesso de sal; Corte em pedaços transversais de 2 cm; Coloque num vasilhame adicionando saque mirim, tubete de tempero de alga kombu em pó ou kombu natural cortado em tiras e óleo de gergelim.


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