O
tomilho é uma erva condimentar pertencente à família das Lamiaceaes,
mesma do alecrim, da salvia, da manjerona e outras diversas ervas. Sobre essas
duas primeiras plantas já publicamos como cultivá-las em vasos, com tratos semelhantes.
O tomilho, apesar de ser da mesma família, tem algumas peculiaridades.
Figura 1 – Tomilho em vaso de 1,3 litro. |
Enquanto
o alecrim e a salvia se desenvolvem através de um tronco principal vertical, depois
emitindo diversos ramos laterais secundários. O tomilho pode se desenvolver inicialmente
com diversos ramos laterais, que acabam se entrelaçando.
As
folhas e os ramos mais novos, bem picados, dão um toque especial aos pratos de
carne e molhos, principalmente quando colhidos frescos na sua horta. O tomilho como
outras ervas condimentares, também são utilizados para fins medicinais.
Vamos ao cultivo do
tomilho em vasos:
1. Plantio:
1.1 Obtenção das mudas por sementes:
Vai exigir maior paciência, pois o desenvolvimento inicial da planta é
lento.
Apresentamos o plantio das sementes em vaso de muda, volume em torno de
0,5 litro. Deve ser colocado um pedaço de tela de nylon ou sombrite no fundo
vaso, depois coberto com 2 cm de areia de granulometria média ou grossa socada,
em cima adicione terra até atingir entre 2/3 a ¾ da altura do vaso, nivele e
soque a terra. As sementes devem ser distribuídas distanciadas 0,5 a 1,0 cm
entre elas. Acrescente com cuidado mais 0,5 cm de terra em cima das sementes,
regue e coloque em local sombreado, mas com luminosidade.
Figura 2 – Distribuição das sementes no vaso. |
O
plantio pode ser iniciado em copo plástico de 200 ml, efetuando 4 furos no
fundo e um rasgo lateral de 1 cm no fundo, com auxílio de uma pinça metálica
aquecida, nesse caso não é necessário colocar a tela de nylon, apenas a areia
no fundo e terra.
Também
poderia ser iniciado o cultivo plantando as sementes em vaso maior, mas depois
do desenvolvimento inicial das mudas, apenas uma planta deve ser deixada em
cada vaso, senão vai ocorrer um emaranhado de ramos e uma planta acaba
prejudicando o desenvolvimento de outra.
Figura 3 – Germinação das sementes. |
Passado
uma semana do plantio das sementes, as pequenas mudas começarão a aparecer.
No
exemplo foi colocada uma folha de papel toalha sobre a terra que cobriu as
sementes. Outra opção é colocar uma camada de areia fina, o suficiente para
cobrir as sementes.
Figura 4 – Desenvolvimento da muda.. |
31
dias após o plantio das sementes.
Passado
um mês, as mudas terão aproximadamente 3,5 cm de altura e poderão ser colocados
em local mais ensolarado.
A partir dessa altura, as mudas poderão ser replantadas em copos. O
replantio pode ser realizado em etapas ou seja não replantar todas as mudas de
uma vez. A mudas são retiradas do vaso original, de modo que as mudas
remanescentes fiquem bem distribuídas, entre elas. Os furos deixados pela
retirada das mudas, podem ser preenchidos com auxílio de uma pequena colher,
com terra.
Figura 5 – Retirada da muda para o replantio. |
Para
retirar a muda com um torrão, com auxílio de uma faca pequena, primeiro
espeta-se a faca na terra para retirar um torrão de forma piramidal. Nesse
procedimento, a terra não deve estar muito úmida ou seja logo depois da rega.
Mantenha
a muda e o torrão, sobre a faca, conforme foi retirado do vaso.
O
novo vasilhame deve estar com uma abertura na terra, para receber a muda e o
torrão original.
Figura 6 – Muda pronta. |
Colocado
o torrão e a muda no copo, nivele a terra e soque com a extremidade do cabo da
faca e adicione por cima uma camada de pedriscos.
Regue
com cuidado e coloque em local protegido do sol direto, mas com iluminação.
A
muda pode ser colocada em local mais ensolarado, quando iniciar a emissão de
novas folhas.
Se iniciar o plantio em copo, as
mudas serão levadas do copo ao vaso ou jardineira definitiva, sem necessidade
de passar pela etapa acima.
Muda da Figura 6, depois de 68 dias de replantio.
Com 45 dias de replantio, essa muda poderia ser replantada em
vaso definitivo.
1.2
Plantio
iniciado através de mudas adquiridas prontas:
Para quem está iniciando o cultivo do tomilho, é o método recomendado.
As mudas vendidas prontas são oferecidas em sacos plásticos ou vasos
pequenos, com capacidade em torno de 0,5 litro.
Figura 8 – Replantio da muda comprada. |
Vendidas
em casas de produtos agrícolas, supermercados ou mesmo em quiosques de plantas.
O preparo do vaso é feito da mesma forma
apresentado no item 1.1, mas a terra inicialmente deve ser colocada de forma
que colocado o torrão e a muda no vaso definitivo, o topo do torrão deve
atingir ¾ da altura do
vaso; Completa-se o vaso com terra, na lateral do torrão, até atingir o topo do
torrão da muda e soque.
A superfície do vaso pode ser coberta com
pedriscos, que protegem as raízes superficiais e diminui a proliferação de
plantas invasoras.
2. Desenvolvimento da planta:
Figura 10 - Muda desenvolvida. |
Depois de 66 dias do replantio da muda replantada.
Com 30 dias, já poderiam ser colhidos ramos para consumo.
Um verdadeiro caos de ramos entrelaçados,
porque não foi feita nenhuma colheita, para que fosse apresentada nessa
postagem.
3. Terra, vaso, pragas e adubação complementar:
A terra pode ser preparada da mesma
maneira apresentada na postagem Cultivo do Alecrim.
Quanto aos vasos, seria interessante
cultivar em vasos que não são muito profundos ou seja a relação
superfície/altura maior. A planta pode ser cultivada em vasos pequenos, de 1,5
a 5 litros.
Com relação a pragas, pode ocorrer
ataque de pequenos insetos sugadores, quase imperceptíveis, nas folhas novas,
que ficam com pequenas manchas brancas. As folhas e ramos infectados, devem ser
eliminados.
A adubação complementar pode ser
feita uma vez a cada 2 a 3 meses, uma colher de chá de NPK e 1/2 colher de
calcário, para esses produtos melhor consultar a recomendação do fabricante dos
produtos, para cada 2 litros de vaso. O NPK pode ser alternado com adubação
orgânica, por exemplo estrume curtido, volume que cubra a superfície do vaso
com uma camada de 1 cm.
Se foi colocado pedriscos no vaso, na
hora de efetuar a adubação complementar, eles devem ser revolvidos com cuidado
para não danificar as raízes.
4. Podas e colheitas:
Como o tomilho tende a emitir muitos
ramos, com auxílio de uma tesoura pequena, alguns ramos deverão ser eliminados.
Vaso
de 1,3 litro.
Alguns
ramos são podados na base, podendo aproveitar a parte mais macia do ramo para
consumo. A poda pode ser feita de modo gradativo, conforme o consumo.
Figura 12 – Muda com ramos separados. |
Planta
da figura anterior, com os ramos desembaraçados. Cada ramo fica apoiado em 2
palitos cruzados.
Planta
da figura anterior, depois de 24 dias.
Desenvolvimento
de ramos novos, com 5 a 8 cm, que poderão ser colhidos para consumo, aliás a
poda é necessária para que os ramos não voltem a se emaranhar.
Planta
da anterior, depois de 49 dias. Sem poda, os ramos novamente tendem a ficar
emaranhados.
5. Multiplicação do tomilho através outra
planta:
A obtenção de novas mudas pode ser
feita por estaquia, utilizando pedaços de ramos, ou por mergulhia, colocando um
ramo longo para enraizar em vaso colocado ao lado da planta mãe.
5.1
Multiplicação por estaquia:
Os
ramos deve ter 6 nós, sendo retiradas as folhas de 2 ou 3 nós inferiores.
Interessante
que esses ramos tenham em torno de 5 cm de comprimento ou pouco mais.
Figura 16 – Plantio dos ramos em copo. |
O
copo é preparado conforme descrito no item 1.1, cobertos com pedriscos.
Com
auxílio de um palito perfure a terra, com a profundidade igual ao trecho do
ramo que tiveram as folhas retiradas.
Faça
uma leve compressão da terra em torno do ramo, regue e deixe em local
protegido, sem sol direto, mas com luminosidade.
Devem
ser colocados 3 ramos em cada copo, prevenindo as perdas.
Depois de 30 a 40 dias, de executado
o plantio, pode ser notada a emissão de folhas novas, quando as mudas poderão
ser colocadas em local mais ensolarado.
5.2
Multiplicação por mergulhia:
No copo branco a planta mãe, sem poda para
propiciar ramos longos para a mergulhia.
Depois de 65 dias de realizada a mergulhia,
nem todas mudas vingaram. Pode ser cortado o ramo que une a planta mãe a muda
nova.
Para cada copo, o ramo deve chegar ao meio
do copo e ter uma sobra de ponteira.
A parte do ramo que vai ser enterrada no
copo lateral, deve ter as folhas e 3 a 4 nós retiradas, depois essa parte sem
as folhas é enterrada a uma profundidade de 1 cm.
Figura 18 – Seleção de ramo para mergulhia. |
Os copos poderão ficar dentro de um
recipiente com furos, facilitando o transporte do conjunto. Os ramos são
fixados com dois palitos cruzados ou um pedregulho de 3 a 4 cm de diâmetro,
local que o ramo foi enterrado.
Pode ser colocado mais de um ramo por
copo de muda, mas o emaranhado de ramos pode ficar semelhante ao apresentado na
Figura 11.
Nesse método, a planta mãe e os copos
de mudas de mergulhia poderão permanecer em local ensolarado.
6. Dicas:
Em local onde ocorre a visita de
pássaros, as mudas de brotações (estaquia) e mergulhia devem ser protegidas,
por exemplo, com pedaço de tela de nylon, evitando assim, que sejam arrancadas.
Se o tomilho for plantado em uma
jardineira, com os ramos desenvolvendo lateralmente em contato com o solo,
naturalmente a planta vai propiciar mudas por mergulhia.
Deve ter reparado que se referiu
muito da utilização de copos de 200 ml, ocorre que é muito fácil para
transportar, ocupa pouco espaço e necessita de pouca terra. A grande vantagem é
na obtenção de muitas mudas de mergulhia com pouco espaço.
A muda em copo dura muito tempo, com
mais de 1 ano, desde que seja mantido em local a meia sombra, por exemplo
dentro de um vaso de uma cultura maior, mostrada na figura a seguir:
Depois
de 1 ano de plantio, no copo de 200 ml, o ramo está com a base lenhosa. Essa
muda nunca foi podada.
Finalizando, para quem deseja
cultivar o tomilho, como um arbusto que pode chegar até 50 cm ou mais de altura,
em um vaso de 20 litros, deve plantar uma muda originária de semente, como na
Figura 7, ainda evitando que os ramos secundários entre em contato com o solo
do vaso.
Figura 20 – Tronco
único.
|
Detalhe do tronco
da planta da Figura 7.
As mudas apresentadas nos exemplos das Figuras 9 e 10,
provavelmente obtidas por mergulhia, e das Figuras 11 a 14, obtidas por
mergulhia, são culturas excelentes para o consumo caseiro.
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