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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cultivo do Tomilho



                O tomilho é uma erva condimentar pertencente à família das Lamiaceaes, mesma do alecrim, da salvia, da manjerona e outras diversas ervas. Sobre essas duas primeiras plantas já publicamos como cultivá-las em vasos, com tratos semelhantes. O tomilho, apesar de ser da mesma família, tem algumas peculiaridades.

Figura 1 – Tomilho em vaso de 1,3 litro. 
                Enquanto o alecrim e a salvia se desenvolvem através de um tronco principal vertical, depois emitindo diversos ramos laterais secundários. O tomilho pode se desenvolver inicialmente com diversos ramos laterais, que acabam se entrelaçando.
                As folhas e os ramos mais novos, bem picados, dão um toque especial aos pratos de carne e molhos, principalmente quando colhidos frescos na sua horta. O tomilho como outras ervas condimentares, também são utilizados para fins medicinais.

Vamos ao cultivo do tomilho em vasos:
1.       Plantio:
1.1   Obtenção das mudas por sementes:
Vai exigir maior paciência, pois o desenvolvimento inicial da planta é lento.
Apresentamos o plantio das sementes em vaso de muda, volume em torno de 0,5 litro. Deve ser colocado um pedaço de tela de nylon ou sombrite no fundo vaso, depois coberto com 2 cm de areia de granulometria média ou grossa socada, em cima adicione terra até atingir entre 2/3 a ¾ da altura do vaso, nivele e soque a terra. As sementes devem ser distribuídas distanciadas 0,5 a 1,0 cm entre elas. Acrescente com cuidado mais 0,5 cm de terra em cima das sementes, regue e coloque em local sombreado, mas com luminosidade.

Figura 2 – Distribuição das sementes no vaso.
O plantio pode ser iniciado em copo plástico de 200 ml, efetuando 4 furos no fundo e um rasgo lateral de 1 cm no fundo, com auxílio de uma pinça metálica aquecida, nesse caso não é necessário colocar a tela de nylon, apenas a areia no fundo e terra.
Também poderia ser iniciado o cultivo plantando as sementes em vaso maior, mas depois do desenvolvimento inicial das mudas, apenas uma planta deve ser deixada em cada vaso, senão vai ocorrer um emaranhado de ramos e uma planta acaba prejudicando o desenvolvimento de outra.

Figura 3 – Germinação das sementes. 
Passado uma semana do plantio das sementes, as pequenas mudas começarão a aparecer.
No exemplo foi colocada uma folha de papel toalha sobre a terra que cobriu as sementes. Outra opção é colocar uma camada de areia fina, o suficiente para cobrir as sementes.

Figura 4 – Desenvolvimento da muda..
31 dias após o plantio das sementes.
Foi colocada uma camada de perlita para evitar proliferação de algas.
Passado um mês, as mudas terão aproximadamente 3,5 cm de altura e poderão ser colocados em local mais ensolarado.
A partir dessa altura, as mudas poderão ser replantadas em copos. O replantio pode ser realizado em etapas ou seja não replantar todas as mudas de uma vez. A mudas são retiradas do vaso original, de modo que as mudas remanescentes fiquem bem distribuídas, entre elas. Os furos deixados pela retirada das mudas, podem ser preenchidos com auxílio de uma pequena colher, com terra.

Figura 5 – Retirada da muda para o replantio. 
Para retirar a muda com um torrão, com auxílio de uma faca pequena, primeiro espeta-se a faca na terra para retirar um torrão de forma piramidal. Nesse procedimento, a terra não deve estar muito úmida ou seja logo depois da rega.
Mantenha a muda e o torrão, sobre a faca, conforme foi retirado do vaso.
O novo vasilhame deve estar com uma abertura na terra, para receber a muda e o torrão original.

Figura 6 – Muda pronta.
Colocado o torrão e a muda no copo, nivele a terra e soque com a extremidade do cabo da faca e adicione por cima uma camada de pedriscos.
Regue com cuidado e coloque em local protegido do sol direto, mas com iluminação.
A muda pode ser colocada em local mais ensolarado, quando iniciar a emissão de novas folhas.
Se iniciar o plantio em copo, as mudas serão levadas do copo ao vaso ou jardineira definitiva, sem necessidade de passar pela etapa acima.
 
Figura 7 – Desenvolvimento da muda.
Muda da Figura 6, depois de 68 dias de replantio.
Com 45 dias de replantio, essa muda poderia ser replantada em vaso definitivo.

1.2   Plantio iniciado através de mudas adquiridas prontas:
Para quem está iniciando o cultivo do tomilho, é o método recomendado.
As mudas vendidas prontas são oferecidas em sacos plásticos ou vasos pequenos, com capacidade em torno de 0,5 litro.

Figura 8 – Replantio da muda comprada.
Vendidas em casas de produtos agrícolas, supermercados ou mesmo em quiosques de plantas.
 
Figura 9 – Muda replantada em vaso de 2,5 litros.
O preparo do vaso é feito da mesma forma apresentado no item 1.1, mas a terra inicialmente deve ser colocada de forma que colocado o torrão e a muda no vaso definitivo, o topo do torrão deve atingir ¾ da altura do vaso; Completa-se o vaso com terra, na lateral do torrão, até atingir o topo do torrão da muda e soque.
A superfície do vaso pode ser coberta com pedriscos, que protegem as raízes superficiais e diminui a proliferação de plantas invasoras.


2.       Desenvolvimento da planta:

Figura 10 - Muda desenvolvida.
Depois de 66 dias do replantio da muda replantada. Com 30 dias, já poderiam ser colhidos ramos para consumo.
Um verdadeiro caos de ramos entrelaçados, porque não foi feita nenhuma colheita, para que fosse apresentada nessa postagem.


3.       Terra, vaso, pragas e adubação complementar:

A terra pode ser preparada da mesma maneira apresentada na postagem Cultivo do Alecrim.
Quanto aos vasos, seria interessante cultivar em vasos que não são muito profundos ou seja a relação superfície/altura maior. A planta pode ser cultivada em vasos pequenos, de 1,5 a 5 litros.
Com relação a pragas, pode ocorrer ataque de pequenos insetos sugadores, quase imperceptíveis, nas folhas novas, que ficam com pequenas manchas brancas. As folhas e ramos infectados, devem ser eliminados.
A adubação complementar pode ser feita uma vez a cada 2 a 3 meses, uma colher de chá de NPK e 1/2 colher de calcário, para esses produtos melhor consultar a recomendação do fabricante dos produtos, para cada 2 litros de vaso. O NPK pode ser alternado com adubação orgânica, por exemplo estrume curtido, volume que cubra a superfície do vaso com uma camada de 1 cm.
Se foi colocado pedriscos no vaso, na hora de efetuar a adubação complementar, eles devem ser revolvidos com cuidado para não danificar as raízes.


4.       Podas e colheitas:

Como o tomilho tende a emitir muitos ramos, com auxílio de uma tesoura pequena, alguns ramos deverão ser eliminados.
 
Figura 11 – Muda obtida por mergulhia.
Vaso de 1,3 litro.
Alguns ramos são podados na base, podendo aproveitar a parte mais macia do ramo para consumo. A poda pode ser feita de modo gradativo, conforme o consumo.

Figura 12 – Muda com ramos separados.
Planta da figura anterior, com os ramos desembaraçados. Cada ramo fica apoiado em 2 palitos cruzados.
         
Figura 13 – Desenvolvimento dos ramos.   
Planta da figura anterior, depois de 24 dias.
Desenvolvimento de ramos novos, com 5 a 8 cm, que poderão ser colhidos para consumo, aliás a poda é necessária para que os ramos não voltem a se emaranhar.
 
Figura 14 – Desenvolvimento da planta.
Planta da anterior, depois de 49 dias. Sem poda, os ramos novamente tendem a ficar emaranhados.


5.       Multiplicação do tomilho através outra planta:
A obtenção de novas mudas pode ser feita por estaquia, utilizando pedaços de ramos, ou por mergulhia, colocando um ramo longo para enraizar em vaso colocado ao lado da planta mãe.

5.1   Multiplicação por estaquia:
 
Figura 15 – Ramos para estaquia.
Os ramos deve ter 6 nós, sendo retiradas as folhas de 2 ou 3 nós inferiores.
Interessante que esses ramos tenham em torno de 5 cm de comprimento ou pouco mais.

Figura 16 – Plantio dos ramos em copo.
O copo é preparado conforme descrito no item 1.1, cobertos com pedriscos.
Com auxílio de um palito perfure a terra, com a profundidade igual ao trecho do ramo que tiveram as folhas retiradas.
Faça uma leve compressão da terra em torno do ramo, regue e deixe em local protegido, sem sol direto, mas com luminosidade.
Devem ser colocados 3 ramos em cada copo, prevenindo as perdas.

Depois de 30 a 40 dias, de executado o plantio, pode ser notada a emissão de folhas novas, quando as mudas poderão ser colocadas em local mais ensolarado.

5.2   Multiplicação por mergulhia:
 
Figura 17 – Mudas obtidas por mergulhia.
No copo branco a planta mãe, sem poda para propiciar ramos longos para a mergulhia.
Depois de 65 dias de realizada a mergulhia, nem todas mudas vingaram. Pode ser cortado o ramo que une a planta mãe a muda nova.
Para cada copo, o ramo deve chegar ao meio do copo e ter uma sobra de ponteira.
A parte do ramo que vai ser enterrada no copo lateral, deve ter as folhas e 3 a 4 nós retiradas, depois essa parte sem as folhas é enterrada a uma profundidade de 1 cm.

Figura 18 – Seleção de ramo para mergulhia.
Os copos poderão ficar dentro de um recipiente com furos, facilitando o transporte do conjunto. Os ramos são fixados com dois palitos cruzados ou um pedregulho de 3 a 4 cm de diâmetro, local que o ramo foi enterrado.
Pode ser colocado mais de um ramo por copo de muda, mas o emaranhado de ramos pode ficar semelhante ao apresentado na Figura 11.
Nesse método, a planta mãe e os copos de mudas de mergulhia poderão permanecer em local ensolarado.


6.       Dicas:

Em local onde ocorre a visita de pássaros, as mudas de brotações (estaquia) e mergulhia devem ser protegidas, por exemplo, com pedaço de tela de nylon, evitando assim, que sejam arrancadas.
Se o tomilho for plantado em uma jardineira, com os ramos desenvolvendo lateralmente em contato com o solo, naturalmente a planta vai propiciar mudas por mergulhia.
Deve ter reparado que se referiu muito da utilização de copos de 200 ml, ocorre que é muito fácil para transportar, ocupa pouco espaço e necessita de pouca terra. A grande vantagem é na obtenção de muitas mudas de mergulhia com pouco espaço.
A muda em copo dura muito tempo, com mais de 1 ano, desde que seja mantido em local a meia sombra, por exemplo dentro de um vaso de uma cultura maior, mostrada na figura a seguir:
 
Figura 19 – Muda com base lenhosa.
Depois de 1 ano de plantio, no copo de 200 ml, o ramo está com a base lenhosa. Essa muda nunca foi podada.

Finalizando, para quem deseja cultivar o tomilho, como um arbusto que pode chegar até 50 cm ou mais de altura, em um vaso de 20 litros, deve plantar uma muda originária de semente, como na Figura 7, ainda evitando que os ramos secundários entre em contato com o solo do vaso.


Figura 20 – Tronco único.
Detalhe do tronco da planta da Figura 7.
As mudas apresentadas nos exemplos das Figuras 9 e 10, provavelmente obtidas por mergulhia, e das Figuras 11 a 14, obtidas por mergulhia, são culturas excelentes para o consumo caseiro. 





sábado, 14 de fevereiro de 2015

Cultivo da Sálvia


                A sálvia comum ou officinalis é uma planta originária da região mediterrânica, erva condimentar cujo trato cultural é semelhante ao do alecrim, pois são plantas que fazem parte da mesma família, as Lamiaceae.

É utilizada para temperar carnes e peixes. Infelizmente o pessoal de casa não aprecia essa erva, devido seu odor. Essa planta foi muito utilizada, antigamente, como medicinal, mas com diversas restrições.

                Trata-se de uma planta bonita, podendo ser utilizada para decoração de ambientes, porém não deve ficar por muito tempo sem receber sol.

Figura 1 - Sálvia cultivada em vaso de 5 litros.
                Seu cultivo pode ser iniciado com o plantio das sementes, mudas obtidas por multiplicação de plantas ou de mudas prontas adquiridas no comércio, sendo que essa última opção abrevia o tempo para iniciar a colheita.


Então vamos ao cultivo da sálvia:

1. Início do cultivo:

1.1   Mudas obtidas com o plantio das sementes:
               O plantio das sementes pode ser iniciado em vasos de muda, com capacidade aproximada de 0,5 a 1,3 litro.

No fundo do vaso, colocar um pedaço de tela de nylon ou sombrite, acrescente 2 cm de areia de granulometria média ou grossa, dê uma leve socada na areia e depois complete com terra até atingir entre 2/3 a ¾ da altura do vaso e nivele e soque a terra.
 
Figura 2 – Distribuição das sementes.
As sementes devem ser distribuídas distanciadas 0,5 a 1,0 cm entre elas. Sobre sementes acrescente, com cuidado, mais 0,5 cm de terra, soque novamente e regue com cuidado, levando o vaso local sombreado, mas com luminosidade.
 
Figura 3 – Germinação das sementes.
Depois de uma semana do plantio, as sementes começam a germinar.
Foi colocada uma folha de papel tolha, para a água da rega não movimentar as sementes.
As mudas podem ser colocadas em local ensolarado, mas protegidas, por exemplo com pedaço de tela de nylon, para prevenir ataques de insetos e pássaros.
 
Figura 4 – Desenvolvimento da muda.
Depois de 24 dias do plantio das sementes.
Plantas com 4 folhas definitivas.
As mudas já podem ser replantadas em local definitivo.
Foi colocada uma camada de perlita, para proteção das mudas, depois que as sementes germinaram.

O plantio da semente também pode ser feito em um copo plástico de 200 ml, perfurando o fundo com 4 furos e um rasgo lateral no fundo de 1 cm, com auxílio de uma pinça de ponta fina aquecida. Não há necessidade de colocar a tela de nylon, apenas 2 cm areia no fundo e completar com terra até atingir a altura de 2/3 a ¾ da altura do copo. Nesse caso são plantadas 3 a 4 sementes distanciadas de 1 cm entre elas, na parte central do copo.

          Replantio da muda das mudas obtidas por sementes:
Apresentaremos o replantio intermediário para copos plásticos de 200 ml, devido ao nosso clima quente, aqui no nordeste brasileiro. Após o pegamento das mudas replantadas em copos é que levamos para os vasos em definitivo, assim procedendo dificilmente perdemos a muda.
 
Figura 5 – Replantio da muda.
Retire a muda do vaso original, com auxílio de uma faca pequena.
Antes de retirar a muda, espete a faca em volta da muda, para formar um torrão trapezoidal, então retire a muda com o torrão.
A terra deve estar umedecida, mas não em demasia, por exemplo logo após da rega.
A terra mais o torrão serão levados para local definitivo da cultura, ainda apoiados na faca.
A muda da direita perdeu o torrão, porque estava muito próximo da muda retirada com torrão, mas pode ser aproveitada.
 
Figura 6 – Muda replantada.
O local que receberá a muda deve ter um sulco da dimensão pouco maior que o torrão.
No exemplo, o replantio foi feito em um copo, mas pode ser feito para o vaso em definitivo.
 Depois de acomodado a muda e o torrão no sulco, soque em volta e acrescente pedriscos, para proteção das raízes e previne o desenvolvimento de ervas daninhas e algas.
Coloque a muda em local protegido, sem sol direto, mas com luminosidade, quando iniciar o desenvolvimento de novas folhas leve para local mais ensolarado.

A partir do 2º mês do replantio da muda em copo, ela pode ser levada para um vaso em definitivo. Para o caso do plantio iniciado com a semente em copo, conforme citado no final do item 1.1, o replantio para local definitivo pode ser feito a partir do momento que as mudas tiverem desenvolvidas 4 folhas.

No replantio do copo para o vaso, a muda deve permanecer com a terra do copo, partindo o copo em diversas tiras longitudinais ou segurando o copo e ao mesmo tempo com 1 ou 2 dedos apoiando a terra do copo, vire o copo de cabeça para baixo e dê uma leve batida no fundo.

O vaso para replantio da muda deve ter seus furos cobertos com uma tela de nylon ou sombrite, depois com 2 a 3 cm de areia de granulometria média ou grossa e socada, finalmente completada com terra adubada até atingir 2/3 a ¾ da altura do vaso.

As mudas, apresentadas nas Figuras 4 e 5, podem ser replantadas direto em vasos, lembrado que inicialmente os vasos deverão ser colocados em local sombreado, mas com luminosidade. A partir do momento que as mudas emitirem folhas novas, as plantas poderão ser colocadas em local ensolarado.

As mudas desenvolvidas em copos, ao fazer replantio para vasilhame em definitivo, podem ser colocadas em local com sol direto.

1.2   Mudas adquiridas no comércio:
O tratamento dado para a muda comprada pronta é o mesmo adotado para o alecrim, que pode ser visto na postagem Cultivo do Alecrim.

As mudas de sálvia e alecrim encontramos facilmente nas casas de horticultura, floriculturas, quiosques de plantas ou até mesmo em supermercados, pois essas mudas são resistentes, não exigindo muita atenção.

1.3   Mudas obtidas de ramos:
Depois de iniciar o cultivo da sálvia, em sua horta, a planta pode ser facilmente multiplicada através de ramos.
 
Figura 7 – Planta mãe.
Planta da Figura 11, depois de 148 dias. Reservada para obter ramos para produção de mudas.

A planta mãe não precisa ser adubada com muita frequência, a cada 3 meses, uma colher de chá de NPK e meia colher de calcário, pode ser uma boa medida, para vaso de 1 litro.

            Como preparar os ramos para obter mudas:

Figura 8 – Ramos para muda.
Os ramos podem ter de 3 a 5 cm ou até um pouco mais de comprimento.
Retirado rente ao tronco de origem, de preferência que a base do ramo já esteja um pouco lenhoso ou seja não muito macio.
Importante que tenha pelo menos 6 nós, de 3 nós inferiores retiramos suas folhas e essa parte sem as folhas que vai ser enterrada, no vasilhame preparado para formar as mudas.

Os ramos preparados, conforme a Figura 8, podem ser colocados diretamente em vasos de mudas, em copo plástico de 200 ml ou em vasos maiores. Devem ser colocados pelo menos 3 ramos em cada vasilhame, porque nem todas mudas poderão vingar.

Inicialmente, mantenha essas mudas em local protegido, sem sol direto, mas com luminosidade, atenção na rega para que não ocorra o ressecamento da terra. Depois que as mudas começarem a emitir novas folhas, elas deverão receber melhor insolação.

Outra opção é colocar a muda para enraizamento prévio, em um pedaço de espuma fenólica, conforme orientações da postagem Cultivo do Alecrim.
 
Figura 9 – Muda preparada em espuma fenólica.
Vista do enraizamento em espuma, dentro de um copo com água, depois de 43 dias (Ramos da Figura 8).
Assim que as primeiras raízes emergirem da espuma, a muda já pode ser plantada em copo, vaso de muda ou em vaso maior, nesse caso em definitivo. Nesse caso, procure deixar inicialmente em local meio sombreado.
 
Figura 10 – Replantio da muda para local definitivo.
Muda enraizada da Figura 9, plantada em copo, depois de 95 dias, mas com 30 dias já poderia ter sido replantada em local definitivo.


2. Desenvolvimento da planta:
A sálvia a partir do replantio em vasilhame definitivo não exige muita atenção, apenas rega e adubação complementar. Considerando o consumo caseiro, é interessante cultivar essa planta em 2 ou 3 vasos pequenos de 2,5 a 5 litros, para prevenir eventual perda. Para quem tem um pequeno restaurante, a planta pode ser cultivada em vaso com volume em torno de 20 litros.
Figura 11 – Desenvolvimento da planta.
Muda depois de 68 dias do plantio da semente, em vaso de muda com capacidade aproximada de 1,3 litro.
Nos vasos menores as plantas não desenvolvem muito.
 
Figura 12 – Replantio em vaso maior.
Planta com aproximadamente 4 meses de replantio, do vaso de muda para vaso definitivo com capacidade aproximada de 7 litros.



3. Terra para plantio, vasos e poda, colheita e adubação complementar:
Conforme foi dito os tratos culturais para a sálvia são similares aos praticados com o alecrim, portando a terra a ser utilizada e adubação complementar, consultar Cultivo do Alecrim.

No alecrim corta-se pedaço do ramo para consumo, no caso da sálvia pode ser feita a coleta de algumas folhas, apenas para o tempero do dia.

Quando o ramo estiver com poucas folhas, após colheitas, pode ser cortado na base ou deixado uns 3 a 4 nós para que ocorra novas brotações. Evite cortar todos os ramos de uma vez ou seja deixe pelo menos um ramo com folhas, senão a planta pode definhar.

 Depois do replantio em vaso definitivo, a planta vai emitir diversas brotações, tanto na base, como no tronco principal.
 
Figura 13 – Desenvolvimento da planta.
Planta depois de 41 dias do replantio.
Observar que na base da planta está desenvolvendo ramos novos.
A tendência do tronco principal arriar é que depois do replantio em vasilhame maior, a planta começa a emitir folhas maiores.

Eventualmente pode haver ataque de insetos, principalmente de pequenas lagartas, nas folhas mais novas, que poderão ser eliminadas manualmente. Na Figura 12, pode ser vista algumas folhas atacadas pelas lagartas.

A cada 2 a 3 meses pode ser feita uma cobertura com 100 ml de terra + adubo orgânico (50% cada), para um vaso com capacidade de 5 litros, podendo ser alternado com ½ colher de sopa de NPK (para esse produto ler recomendação do fabricante).


1   4. Dicas:
Como a sálvia é uma planta de fácil multiplicação, é interessante manter uma planta mãe, pois com passar do tempo, as plantas começam a apresentar produções pífias, então é melhor renovar a cultura, através das mudas de brotações.

Se desejar cultivar uma planta com tronco único, desde cedo o tronco principal deve ser escorado, por exemplo com espetinho de madeira utilizado para churrasquinho ou um “hashi”.
 
Figura 14 – Planta não escorada.

Não foi feito o escoramento da planta, por isso a planta arriou com o peso da copa.