Multilang

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Cultivo do Inhame Tororó (Growing Nagaimo)

O plantio do inhame tororó coincide com o final da colheita, entre o inverno e primavera. São dois métodos tradicionais de obter mudas do inhame: com os tubérculos menores da colheita ou através parte do topo dos inhames maiores, donde brotam os ramos e as raízes (a parte inferior é lisa).

Preparo da semente

Cortar o topo do inhame (parte mais afilada, oposta à base, que é arredondada), juntamente com uns 3 cm do tubérculo ou mais.
Figura 1 – corte do topo do inhame.

Deixe em local sombreado de 2 a 3 dias, para que face cortada fique seca, evitando a infestação de insetos, que pode ocorrer se plantada a semente em seguida do corte.
Figura 2 – Topo do inhame com corte já seco.

Coloque esse pequeno tubérculo ou o pedaço do topo do inhame em um vaso pequeno, de 0,5 a 2 litros, dependendo do tamanho da semente. Caso seja um pedaço de topo, coloque o lado cortado para baixo.
Figura 3 – Disposição de sementes em vaso para enraizamento.

The tororo yam is planted and harvested between winter and spring, that is growing cycle span an year. There are two traditional methods to obtain seedlings of the yam: using smaller tubers or through the top part of larger yams.

Preparing the seed

Cut the yam top (the thinner and less-rounded side), along with a 3 cm (1.2 in) tuber or more.
Figure 1 – Top of yam cut for seeding. 

Leave in a shaded spot between 2 and 3 days, so that the cut face get dry. Doing so, we prevent insect infestation, which can occur when planting the seed just after the cut.
Figure 2 – Top cut already dry.

Place this piece of yam (or the entire small tuber) in a 0.5 to 2 liters (16 to 68 fl oz) plant pot, depending on the size of the seed. If it is a slice of the top, place the cut side facing down.
Figure 3 – Placing seeds in pots for rooting.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Inhame Tororó


O tororó que me refiro não é daquele da música “Eu fui no Tororó beber água não achei...”. Tororó me faz voltar ao passado, quando a minha avó colhia o inhame tororó, no quintal, e ralava o tororó cru, para a gente comer misturado com arroz, bem quente, e shoyu.

O inhame que consumimos no Nordeste e o tororó são plantas da mesma família (Dioscoreaceae); o inhame em São Paulo era conhecido como cará. O taro, planta de outra família (Araceae), em São Paulo, era conhecido por inhame. Devido essa confusão toda sobre os nomes populares dessas plantas, em 2001, no I Simpósio Nacional de Sobre as Culturas do Inhame e do Cará, foi aprovada uma resolução visando a padronização desses nomes. Pesquisando a internet, ainda podemos observar que a confusão das nomenclaturas continua.

Então vamos apresentar a ilustração dos tubérculos do inhame e dos cormos do taro:

Figura 1 – Inhame (tubérculo): tororó à esquerda e outra variedade à direita.
 
O inhame consumido no Nordeste (à direita da figura acima) é um pouco mais claro que o tororó (à esquerda); ambas são plantas trepadeiras.
 
Figura 2 – Outros inhames. 

O inhame da foto do lado esquerdo e o que está em cima dos outros na foto da direita é também consumido no Nordeste, conhecido popularmente como cará inhame ou inhame de São Tomé: sinta a confusão (nomenclaturas fora da padronização)!

Figura 3 – Taro (à esquerda) e seus cormos (à direita).
 
O taro é uma planta da mesma família da taioba.

O inhame é alimento rico em vitaminas do complexo B, carboidratos e amido. Assuntos relacionados sobre os benefícios do inhame são encontrados em diversas postagens na rede, entre elas, a prevenção com relação a dengue. Essa prevenção seria externamente, repelindo o mosquito, e internamente, aumentando a defesa do organismo.

A utilização do chá da casca do inhame ou do taro como um indutor de ovulação é outro assunto também muito comentado na internet: teria resultado alimentar as aves de postura com inhame?

Trata-se de um alimento saudável, porque a infestação de pragas é baixa, quase não requerendo uso de defensivos.

O hábito de consumir o inhame, principalmente no Nordeste, corre o risco de ser substituído pelo consumo de alimentos industrializados. Esta já é uma realidade detectada no consumo do nosso tradicional arroz com feijão.

Dicas e Curiosidades


As diferenças observadas no inhame tororó que cultivo, comprado no Mercado Municipal de Curitiba, em relação ao inhame consumido no Nordeste: o tororó tem a casca mais escura, mais pilosa e apresenta muitos tubérculos secundários na colheita; quanto a parte aérea, o inhame do Nordeste tem as folhas mais escuras e ramos mais fibrosos, ou seja, aparenta ser uma planta mais rústica e possivelmente mais adaptado ao clima.

Figura 4 – Apresentação da planta do inhame do Nordeste (à esquerda) e tororó (à direita).

Observe que o inhame do Nordeste apresenta esporões para fixação dos ramos, enquanto o tororó, no lado direito, não tem esses esporões. O ramo do tororó secionado tem formato quadrangular.

O tororó apresenta os ramos retorcidos, devido movimento helicoidal para fixar seus ramos, por não apresentar esporões.

O cará inhame ou inhame de São Tomé também não apresenta esporões em seus ramos, então mais semelhante ao tororó.

Conversando com feirante produtor ele disse que a diferença entre o cará inhame e o outro inhame consumido no Nordeste é que o cará inhame tem mais “baba” que o inhame com espinho (esporões no ramo).

O que observei na TV japonesa é que no Japão o tororó é também chamado de nagaimo, literalmente batata longa (naga = longa e imo = batata), é realmente longa, podendo chegar a 1 m de comprimento e com diâmetro em torno de 10 cm.

Uma coisa que ainda me intriga é que o tororó que minha avó cultivava tinha uma casca bem clara, como a casca do nagaimo, mas era mais curta e mais arredondada, as folhas e os ramos tinham coloração verde, bem clara. Esse tororó também produzia sementes aéreas (pequenos tubérculos brancos). O inhame-do-ar, tubérculos que algumas vezes encontrei em supermercados, também são sementes aéreas, colhidas para consumo.

Para retirar a casca do inhame, existem pessoas que reclamam que dá coceira nas mãos, então utilize luvas de plásticos descartáveis.

O inhame tororó menor, em torno de 10 cm, pode ser cozido sem descascar, apenas lave bem com uma escovinha, retirando a casca apenas na hora de consumir.

Aqui Nordeste, o inhame é descascado e fatiado com espessura de 2-3 cm e depois cozido em água quente, então é consumido no café da manhã ou no jantar, acompanhado de ovos, queijo de coalho ou carne, muitas vezes com a carne de sol. O inhame tororó pode ser consumido da mesma forma como o inhame do Nordeste.

Particularmente eu aprecio o tororó cru, ralado, misturado ao tradicional arroz com feijão. Existem diversas receitas interessantes, para pratos mais elaborados, com tororó, na internet.

Mais Cultivo Zen

O Cultivo Zen te inspirou a iniciar o plantio de alguma hortaliça? Já tem uma horta em casa e cultiva outras plantas? Mande suas fotos para cultivozen@gmail.com, pois algumas serão selecionadas e postadas, dando crédito aos seus respectivos autores.