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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Cultivo da Erva Doce de Cabeça (Foeniculum vulgare var. Dulce)


Foeniculum faz parte da família das Apiaceae.  O salsão, o coentro, a cenoura, a salsa, etc, são plantas dessa família. Geralmente ricas em vitaminas, compostos considerados medicinais e fibras.
A erva doce ou endro, que não forma cabeça, era comum encontrar essa planta nos quintais do Estado de São Paulo. Arbusto cultivado no chão atingia mais de 1,50 m de altura, suas sementes secas eram utilizadas para fazer chá e como tempero.

Figura 1 – Erva Doce ou Endro.
Cultivada em vaso de 5 litros.
Apresentou floração depois de 5 meses do replantio.
Suas flores amarelas são semelhantes a erva doce de cabeça.

            Quanto a erva doce de cabeça, passamos a conhecer essa planta depois de iniciar nossa horta em vasos e jardineiras. Considerada hortaliça, seu consumo deve ser mais popular na Europa, pois consta que sua origem é da região do mediterrâneo.

Figura 2 – Erva doce de cabeça.
A distribuição das folhas não é comum, em forma de leque, semelhante a uma bananeira ornamental.
118 dias do replantio na jardineira (Planta da direita na Figura 8).

Aqui no Nordeste do Brasil, a erva doce de cabeça, apareceu mais recentemente, principalmente nos supermercados, naqueles voltados para o público de maior poder aquisitivo.
Por curiosidade, iniciamos o cultivo dessa planta em vasilhames. Em ambiente restrito, que resulta em produções de cabeças menores que as vendidas no comércio.
A erva doce de cabeça pode ser consumida em forma de salada, cozidos, refogados, gratinados ou combinados com outros pratos. Na internet podemos encontrar receitas para diversos tipos de preparos.

Vamos ao cultivo da erva doce de cabeça:
1.    Plantio:
Iniciamos o plantio em um vaso de muda, com 600 ml de volume. Coloque um pedaço de tela de nylon, depois 1 a 2 cm de areia socada, cobre-se o vaso com terra até atingir 2/3 da altura, depois de socada, espalha-se em torno de 20 sementes, sendo cobertas com a 1 a 2 cm de terra.
Molhe bem com água e deixe em local sombreado. A partir do início da germinação das sementes, o vasilhame deve ser colocado em local com boa insolação.


Figura 3 – Mudas.
Depois de 19 dias do plantio das sementes.
Plantas com 7 cm de altura.

Foi feito um replantio, de cada muda, para copos, pois no replantio direto para vasos ou jardineiras, existe grande chance de perder as mudas.

Figura 4 – Detalhe da haste.
A haste ficou muito longa.
Copos com 4 furos no fundo e um rasgo lateral no fundo de 1 a 2 cm, que podem ser feitos com uma pinça aquecida.
1 a 2 cm de areia de granulometria grossa ou média e depois cobrir com terra, atingindo 2/3 da altura do copo e socar.

Figura 5 – Replantio em copo.
Observar que a planta foi enterrada até o início das folhas.
Abra um sulco na terra para acomodar a muda, depois cubra e soque. Feita a rega com água, inicialmente deixe em local com pouca insolação.
Passados 7 dias, leve a planta para local com sol pleno.

Se iniciar o plantio diretamente em copos de plástico de 180 ou 200 ml, 4 a 5 sementes em cada copo. Após 30 dias da germinação das sementes, pode ser feito o replantio para um vasilhame em definitivo. Constatado que as mudas vingaram no vasilhame definitivo, pode ser feito o desbaste do excesso de mudas, deixando apenas a muda mais sadia.


2.    Replantio Definitivo:
Depois de 2 semanas do replantio em copo, as mudas podem ser replantadas em local definitivo.
Figura 6 – Desenvolvimento das plantas.
Volume da jardineira de 7,5 litros.
24 dias depois do replantio na jardineira.
2 copinhos de 100 ml cortados no fundo, para manter as folhas mais eretas.
Cobertura morta com folhas de bambu.

Figura 7 - Desenvolvimento da cabeça.
47 dias depois do replantio na jardineira.
Plantas com 34 cm de altura.


3.    Colheita:
A colheita deve ser feita quando o tamanho da cabeça se estabiliza, isto é, a partir do momento quando as folhas inferiores começam a secar.
Com auxílio de uma faca ou canivete, corte a base da cabeça, pois a planta volta a rebrotar emitindo novas plantas, que futuramente poderão ser consumidas.

Figura 8 – Ponto de colheita.
Planta maior com 50 cm de altura.
111 dias depois do replantio na jardineira.

Figura 9 – Colheita da planta menor.

Figura 10 – Brotações.
Depois de 13 dias da colheita, 2 brotações no caule que ocorreu a colheita.

Figura 11 – Brotações desenvolvidas.
Após da colheita das 2 plantas, 1 brotação na planta da esquerda e 2 brotações na planta da direita.
Após 6 meses e 20 dias do replantio na jardineira.
Plantas maiores com 50 cm de altura.


4.    Floração:
Se não ocorrer a colheita da cabeça a planta pode apresentar floração.

Figura 12 – Floração.
Após feitas colheitas de 4 cabeças, passados 5 meses, iniciou a floração da planta maior.
Observar que o caule, sem folhas, vai se alongando.

Figura 13 – Ramo de flor.
Pode ser utilizada para decorar diversos pratos.


5.    Vasilhames e terra para cultivo:
Como apresentamos nesta postagem, uma jardineira de 7,5 litros é suficiente para o cultivo de 2 ou 3 plantas e das brotações originadas dessas plantas. Num vaso com 5 litros de volume, seria recomendável cultivar apenas uma planta.
Para drenagem e aeração dos vasos e jardineiras, colocar um pedaço tela de nylon no fundo, adicionar 2 a 3 cm de areia socada, de granulometria média ou grossa. Sobre a areia acrescente terra, de modo que seu nível final fique em torno de 2/3 a ¾ da altura do vasilhame, para propiciar adubação complementar, por cobertura.
A terra não deve ser muito pesada, muito argilosa, então utilizar terra arenosa com 30% em volume com adubação orgânica.


6.    Tratos culturais:
Após as colheitas ou quando verificar que a planta não está desenvolvendo bem, providenciar uma adubação complementar, tipo 200 ml de adubação orgânica, por cobertura, em cada volume de 5 litros, se for adubação mineral, basta uma colher de sopa de NPK.
Planta exige rega de água regular, senão na falta as folhas começam a arriar.
Verificamos que se trata de uma planta resistente a pragas, mas tem uma lagarta especializada em atacar as folhas dessa planta. Se notar que as folhas apresentam falhas é só retirar manualmente essa praga.

Figura 14 – Casulo da lagarta.
Geralmente se observa a infestação, depois de verificar os diversos casulos brancos na planta, pois as lagartas são verdes e pequenas, ficando bem camufladas nas folhas.


7.    Dicas:
A erva doce de cabeça pode ser cultivada até como planta ornamental.

As sementes de uma única planta são férteis, produzindo novas mudas, conforme constatamos na nossa horta.

Para replicar essa erva doce, através das mudas de brotações, utilize as brotações que estão em contato com o solo, isto é, aqueles que apresentam enraizamento.

Figura 15 – Brotações com enraizamento.
Foram retiradas com auxílio de uma faca, do tronco que estava abaixo da superfície.
As brotações foram lavadas com um jato fraco de água e depois em copos com água, durante 2 dias, aguardando a cicatrização do corte, e depois plantadas em copos com terra.

Figura 16 – Brotações sem enraizamento.
Coletadas na parte aérea do tronco.
Colocadas em espuma fenólica, para enraizamento, mas definharam.

Trata-se de uma cultura considerada perene, pois a planta sempre emite novos rebentos, principalmente depois da colheita das cabeças ou após as florações, assim prolongando o seu ciclo de vida.

Figura 17 – Novas brotações.
Depois de 1 ano e 5 meses do replantio na jardineira.
A planta da maior no lado esquerdo, com sementes secas; Planta maior no lado direito em plena floração.


A partir desse tempo de cultivo, com auxílio de um ancinho, revolva a terra antiga – com cuidado para não danificar as raízes -, retire em torno de 50 % de terra antiga da altura da jardineira, e substitua por uma terra nova adubada, para continuidade da cultura.